São Paulo, 15 de maio de 2025 – Os principais índices do mercado de ações europeu operammajoritariamente em alta nesta quinta-feira, impulsionados por uma nova leva de balançoscorporativos e pela valorização de ações do setor de defesa, após declarações do governoalemão sobre o aumento dos gastos militares.
A Hensoldt, fabricante alemã de sensores e equipamentos para defesa, subia 6,4% após oministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, manifestar apoio ao apelo dopresidente dos EUA Donald Trump para que os países da OTAN elevem seus gastos com defesa para 5% doPIB. A fala repercutiu entre investidores, favorecendo empresas do setor aeroespacial e militar.
Entre os destaques corporativos, a seguradora Allianz reportou lucro operacional recorde de 4,2bilhões de euros no primeiro trimestre, alta de 6,3% em relação ao ano anterior. A companhiamanteve sua projeção para o ano.
Já a Siemens surpreendeu positivamente ao superar estimativas de mercado. As vendas trimestraisda gigante industrial somaram 19,8 bilhões de euros, superando os 19,2 bilhões de euros previstos.O lucro líquido alcançou 2,4 bilhões de euros, acima da expectativa de 1,85 bilhão de euros.
Na contramão, a farmacêutica Merck revisou para baixo sua projeção de lucro ajustado para2025, citando incertezas macroeconômicas, geopolíticas e cambiais. A nova estimativa varia entre5,8 bilhões e 6,4 bilhões de euros, abaixo do intervalo anterior de 6,1 bilhões a 6,6 bilhões deeuros.
Outro destaque negativo foi a Thyssenkrupp, que reportou queda de 6% nos pedidos e de 5% nasvendas no segundo trimestre fiscal. O lucro ajustado despencou 90% na comparação anual, paraapenas 19 milhões de euros.
A britânica Aviva mostrou desempenho sólido, com alta de 9% nos prêmios de seguros gerais noprimeiro trimestre, totalizando 2,9 bilhões de libras. A Deutsche Telekom, por sua vez, viu areceita líquida crescer 6,5%, para 29,8 bilhões de euros, enquanto o fluxo de caixa livre avançou52,4%.
No cenário macroeconômico, os dados revisados mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) dazona do euro cresceu 0,3% no primeiro trimestre, levemente abaixo da estimativa inicial. Já o ReinoUnido surpreendeu com uma expansão de 0,7% no mesmo período, superando a expectativa dos analistasconsultados pela FactSet.
Apesar da recuperação no Reino Unido, analistas alertam para uma possível distorção nosnúmeros. “A economia do Reino Unido se recuperou com força no primeiro trimestre, após estagnarno segundo semestre do ano passado. Ou não? Não temos certeza se os dados são um guia precisopara o que está acontecendo nos bastidores”, avaliou o ING, em nota.
Além disso, a produção industrial da zona do euro subiu 2,6% em março ante fevereiro,segundo a agência Eurostat, superando a expectativa de alta de 1,8%. Na comparação anual, oavanço foi de 2,0%, também acima da projeção de 2,5%.
Mesmo com os bons resultados no setor industrial, o ING pondera que o movimento pode não sesustentar: “A indústria manufatureira na zona do euro teve um início de ano muito forte, com umaalta de 2,6% em março, no primeiro trimestre. Grande parte dessa força provavelmente se deve àantecipação de produtos da zona do euro pelos EUA, o que significa que não esperamos que issocontinue. A fraqueza subjacente ainda persiste.”
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus às 10h29 (horário deBrasília):
FTSE-100 (Londres): +0,33%; 8.613,13 pontosDAX-30 (Frankfurt): +0,10%, 23.550,86 pontosCAC-40 (Paris): -0,18%, 7.822,61 pontosFTSE MIB (Milão): -0,11%; 40.310,2 pontosIBEX-35 (Madri): +0,18%, 13.864,80 pontosSMI-20 (Zurique): +0,31%, 12.170,05 pontosPSI-20 (Lisboa): +0,07%, 7.181,46 pontos
Larissa Bernardes / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA