Acompanhe a cotação do dólar nesta quarta-feira (14)

Uma image de notas de 20 reais
Desde 2007, ano em que a Nota Fiscal Paulista foi criada, a iniciativa já devolveu cerca de R$ 19,1 bilhões aos participantes cadastrados
Crédito: Pixabay/Pexels

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu próximo da estabilidade nesta quarta-feira (14), com todas as atenções dos mercados voltadas à inflação ao consumidor dos Estados Unidos.

Às 9h04, a moeda norte-americana caía 0,08%, cotada a R$ 5,4446. Na terça-feira (13), o dólar fechou em queda firme de 0,90%, a R$ 5,448, e a Bolsa avançou 0,98%, aos 132.397 pontos, maior patamar de fechamento desde 8 de janeiro.

O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), que será publicado ainda pela manhã, guarda respostas para investidores atentos a qualquer sinalização sobre a taxa de juros dos EUA.

Analistas consultados pela Reuters projetam aceleração do índice na base mensal para 0,2%, ante queda de 0,1% no mês anterior. Em 12 meses, a pesquisa aponta para alta de 3,0%, mesmo nível de junho.

A expectativa é sobre como o ritmo inflacionário poderá ditar as próximas decisões do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).

Agentes financeiros dão como certo o início do afrouxamento na taxa de 5,25% e 5% pelo Fed na próxima reunião de política monetária, em setembro, ainda que a magnitude do corte seja incerta. As apostas medidas pela ferramenta CME Group FedWatch projetam que há chances praticamente iguais de redução de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

Na semana passada, o de maior tamanho chegou a ser consenso entre os investidores em meio a temores de recessão na maior economia do mundo, após a divulgação de dados de emprego mais fracos do que o esperado em julho. Essa perspectiva arrefeceu com números mais favoráveis e falas apaziguadoras de autoridades do Fed.

Na terça-feira, a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ajudou a medir a temperatura da economia ao vir abaixo do esperado. O índice avançou 0,1% em julho, ante projeção de 0,2% de economistas consultados pela Reuters.

Os números reforçaram o argumento de que a inflação está cedendo aos juros altos, na faixa de 5,25% e 5,50% desde 2022 e no patamar mais restritivo em mais de duas décadas.

O dia também foi embalado por novas falas de membros do BC (Banco Central). Roberto Campos Neto, presidente da autarquia, compareceu a uma audiência pública na Câmara dos Deputados e afirmou que não houve uma “disfuncionalidade grande” que justificasse intervenção no momento de forte alta do dólar nos últimos meses.

Campos Neto ainda rebateu as críticas, que vieram particularmente do governo, afirmando que a decisão do Banco Central sobre a não-intervenção foi tomada de maneira colegiada e acrescentou que o diretor responsável pelo setor na instituição foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —no caso, Gabriel Galípolo, favorito para assumir a presidência da autarquia após a saída do atual mandatário.

Já Galípolo, que afastou a percepção de interferência política em decisões de diretores indicados por Lula, em evento na quinta-feira (8), esteve em uma palestra da Warren Investimentos na segunda e compareceu na terça ao “Finance of Tomorrow”, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, não há um problema de liquidez no mercado de câmbio à vista brasileiro e que o BC também avaliou que não seria correto fazer uma atuação extraordinária no mercado de derivativos nos momentos de pico do dólar.

Galípolo ainda afirmou que o atual cenário é desconfortável para o cumprimento da meta de inflação.

O mercado tenta antever os próximos passos do BC. De um lado, há quem aposte em uma nova alta na Selic; de outro, alguns agentes esperam manutenção.

No Boletim Focus desta semana, especialistas consultados pelo BC mantiveram a projeção de que a Selic continuará em 10,50% ao ano até o final de 2024. Eles também subiram as expectativas de inflação após os dados do IPCA, a 4,20%, ante 4,12% na semana passada.