Especial ACSP 130 Anos. Uma história sob a marca da liberdade individual e econômica

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Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP: missão da instituição é ser voz e apoio do empreendedor
Crédito: Dani Ortiz/Divulgação
  • Entidade de defesa do empreendedorismo paulista e nacional foi fundada em 7 de dezembro de 1894
  • Ao longo de sua trajetória, ACSP participa e lidera movimentos pela atividade econômica e em defesa da cidadania
Por Redação

[AGÊNCIA DC NEWS]. Em 1894, o Brasil vivia os primeiros momentos da República, proclamada apenas cinco anos antes. A Constituição tinha apenas três. A economia e a política se reorganizavam. Foi também em 1894, em 1 de março, que o país realizou sua primeira eleição direta para presidente – ainda que um direito só para parte da sociedade – , com a escolha de Prudente de Moraes, primeiro civil. Foi nesse país em alta transformação que, nove meses depois, em 7 de dezembro, um grupo de empresários preocupados com a modernização das leis e do mercado aprovou a fundação da Associação Comercial e Agrícola de São Paulo (ACSP), em um prédio na rua da Quitanda, na área que hoje é conhecida como Centro Histórico de São Paulo. A Associação Comercial, desde a origem, vinculou-se à região central da cidade e a defesa dos interesses da livre iniciativa e do empreendedorismo. Marcas inegociáveis da entidade, hoje presidida por Roberto Mateus Ordine, que no próximo sábado (7) completará 130 anos.

Esses ideais estavam presentes no discurso de posse, em 26 de janeiro de 1895. O primeiro-secretário da Associação, José Duarte Rodrigues, afirmou que a entidade criava “entre o Estado e o indivíduo, forças coletivas, livre, que por uma parte, dispensam o governo de intervenções, e por outro lado desenvolve no mais alto grau o espírito de iniciativa”. Com essa visão – menos interferência pública na atividade privada empresarial –, que continua presente, a entidade se instala justamente na rua do Comércio (atual Álvares Penteado), esquina com a da Quitanda (onde hoje funciona uma agência do Banco do Brasil). E desde 1939, a ACSP está na sede atual, na rua Boa Vista.

O primeiro presidente foi Antônio Proost Rodovalho, com 56 anos à época e trabalhando no comércio desde os 12. Abolicionista e republicano, formou-se na Turma 59 da Faculdade de Direito no Largo São Francisco em 1890. Ele já atuava como atacadista de açúcar, sal e café. Foi presidente da Câmara Municipal paulistana (1865-1870) e integrou a Guarda Nacional – em 1868, recebeu a patente de coronel. Também fundou o Banco Comercial de São Paulo. Com a expansão da produção cafeeira e a necessidade de criar caminhos para escoar a mercadoria, ele participou da fundação de companhias de estradas de ferro, e foi diretor da Companhia Ituana. O pioneiro, que também comandou a Companhia Melhoramentos, no ramo do papel, já carregava outras características do empreendedor: visão estratégica e prospecção de oportunidades.

Escolhas do Editor

A criação da Associação Comercial refletiu o desenvolvimento de São Paulo como polo econômico do país, primeiro com a produção agrícola e em um segundo momento com a expansão da atividade industrial. Bancos e empresas concentram suas matrizes no estado. No caso da capital paulista, a ACSP descentraliza sua gestão e cria distritais em todas as regiões para ouvir mais de perto as demandas dos empreendedores – hoje, são 15 distritais, além de conselhos temáticos que reúnem líderes dos setores público e privado. Mas a história da entidade não se limita à atividade econômica, à busca de um ambiente de negócios mais favorável ao empreendedor, em especial o pequeno e médio. A missão da ACSP é “Ser a voz, o apoio, o facilitador e o agente transformador, que cria um ambiente favorável ao desenvolvimento de quem pilota a locomotiva da economia: o empreendedor”. Para a entidade, o jeito liberal de pensar e trabalhar é a forma mais inclusiva de desenvolvimento existente.” Por isso ao longo da história paulista e brasileira, seus representantes se engajaram em ações de cidadania e de natureza política. Sempre na defesa da liberdade individual e da democracia (ver abaixo alguns momentos dessa trajetória).

ACSP 130 ANOS

1919 – Auxílio a vítimas da gripe espanhola. A ACSP equipa o Hospital Policlínica e colocou médicos à disposição da população

1924 – Inauguração do Diário do Comércio, originalmente como Boletim Confidencial. O jornal circula até hoje, agora no formato online

1932 – Participação no Movimento Constitucionalista: a entidade desenvolve a logística das tropas paulistas, além de organizar a campanha Doe Ouro pelo Bem de São Paulo. Os recursos são destinados à Santa Casa. O então presidente da ACSP, Carlos Nazareth, é preso e mandado para o exílio, com outros líderes do movimento

1944 – Criação do Instituto de Economia Gastão Vidigal

1953 – Dia do Comerciante é comemorado pela primeira vez (Lei 2.048)

1955 – Criação do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que deu origem à Boa Vista Serviços, agora Equifax | Boa Vista

1963 – Criada a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de São Paulo (Facesp)

1984 – Criação da Comissão (atual Fórum) de Jovens Empreendedores

1995 – Criação do Conselho da Mulher Empresária, atual Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura

2005 – Inauguração do Impostômetro

2006 – Aprovação da Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Lei Complementar 123/2006)/Simples Nacional

2008 – Criação do Microempreendedor Individual (MEI): Lei Complementar 128/2008

2011 – Aprovação da Lei do Cadastro Positivo (Lei 12.414)

2019 – Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874)

2020 – Inauguração da FAC-SP, primeira faculdade voltada ao comércio

2024 – É criada a Agência de Notícias DC News

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