Na história do empreendedorismo brasileiro, poucos nomes se destacam tanto quanto o de Alexandre Costa, ou Alê Costa, como é conhecido, fundador e CEO da Cacau Show. A marca, que começou em 1988 com um investimento inicial de US$ 500, tornou-se a maior franqueadora do país, com mais de 4,7 mil lojas espalhadas pelo Brasil. Em 2024, a empresa deve fechar com um faturamento de R$ 6,8 bilhões, aumento de 30% em relação ao ano anterior. A previsão é continuar abrindo lojas. Ele acredita que o país comporta até 6 mil lojas, mas diz, no fim das contas, que não vê limite para seguir avançando. “Limite? O que é limite?”, disse.
Com o Brasil ainda oferecendo espaço para expansão, o CEO prevê a abertura de 500 novas lojas em 2025, na busca pelas 6 mil unidades no país – apesar de não cravar que isso seria o limite. Além disso, o plano inclui investir em internacionalização e aumentar a presença no mercado de vendas diretas, por meio de revendedoras – um setor que já tem mais de 100 mil representantes. “Ainda temos muito a crescer, tanto no Brasil quanto no exterior”, afirmou. Ele diz que o propósito da companhia é continuar oferecendo experiências. “A missão da empresa é promover felicidade através do chocolate.”
Alê atribui grande parte do crescimento da Cacau Show a duas estratégias: oferecer produtos de alta qualidade a preços acessíveis e apostar na paixão dos franqueados. “Fomos buscar tecnologia fora do Brasil, principalmente na Suíça”, afirmou. Além disso, crescer por meio das franquias e encontrar pessoas apaixonadas pela marca foi fundamental, segundo ele. “Hoje, são milhares de franqueados colocando energia e dedicação nesse sonho.” Sobre os desafios enfrentados ao longo de 36 anos, o CEO reconhece que nem sempre acertou. “Erramos todos os dias. Talvez por ser ansioso, algumas decisões poderiam ter sido mais bem pensadas”, afirmou. Ainda assim, analisa que os acertos superaram os erros, já que transformou um pequeno negócio em uma empresa com impacto nacional e internacional.
A Cacau Show possui uma base de 35 milhões de clientes. Em 2024, a produção deve atingir a marca de 35 milhões de quilos de chocolate. “Começamos com apenas 10 quilos de trufas por dia. Nunca imaginei que chegaríamos nisso”, disse. Mais do que vender chocolates, a marca busca entregar experiências. Hoje, a Cacau Show tem hotéis temáticos, por exemplo, e um portfólio diversificado que vai além do produto físico. Um grande projeto em andamento é o Cacau Park, anunciado como o maior parque temático de chocolate da América Latina, previsto para ser inaugurado em 2027, em Itu (SP). O investimento estimado é de R$ 2 bilhões. Além disso, no início deste ano, a companhia comprou o Playcenter, antigo parque de diversões paulistano. “Esses projetos não significam mudança em nosso modelo de negócio, mas sim que estamos ampliando.”
Para jovens que sonham em empreender, ele fala em propósito. “Descubra a razão pela qual você está no mundo. Tenha disciplina e busque algo que faça sentido para você além do dinheiro”, disse. Já para empresários em dificuldades, ele sugere ação imediata. “Escute o coração e trabalhe. Nosso país está cheio de problemas, mas onde tem problema, tem oportunidade.” Alê Costa foi homenageado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no dia 6 de dezembro. Ele foi laureado como Empreendedor do Ano/2024 do prêmio Antônio Proost Rodovalho.