[AGÊNCIA DC NEWS]. Estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta R$ 12,03 bilhões em receitas com o Carnaval. Se confirmada, será o maior valor dos últimos dez anos, com crescimento real (descontada a inflação) de 2,1% sobre o ano passado (R$ 11,78 bilhões). Desse total, R$ 5,4 bilhões (44,9%) virá do setor de alimentação – bares e restaurantes. Em seguida, vêm as atividades de transporte de passageiros (R$ 3,31 bilhões) e de hospedagem (R$ 1,28 bilhão). Somados, os três respondem por 83% da receita estimada.
Segundo a CNC, a recuperação do nível de atividade “se insere em um contexto mais amplo de reação do volume de receitas do setor desde a crise sanitária iniciada em 2020 quando, em apenas dois meses, as atividades turísticas perderam 2/3 de sua capacidade de geração de receitas”. Hoje, afirma a entidade, “o faturamento real do setor já se encontra 11% acima do nível registrado em fevereiro de 2020”, no começo da pandemia.
Além disso, a CNC espera a entrada de 868,9 mil visitantes estrangeiros neste mês, crescimento de 4,8% sobre 2024 (833,3 mil). Se confirmada a expectativa, o número superaria o recorde registrado em 2018 (868,5 mil). “Além de inibir parte dos gastos dos brasileiros no exterior, a tendência de desvalorização cambial acentuada nos últimos meses tem tornado o Brasil um destino cada vez mais atraente aos turistas estrangeiros”, diz a CNC. “Nesse contexto, a recuperação do nível de atividade no turismo tem se baseado no avanço mais expressivo de turistas estrangeiros no país.” A confederação empresarial cita dados da Embratur, que aponta a presença recorde de 6,7 milhões de turistas estrangeiros no Brasil no ano passado. A receita, também recorde, foi de US$ 7,3 bilhões.
A demanda sazonal deverá abrir 32,6 mil vagas temporárias durante o Carnaval, com destaque, também, para bares e restaurantes (22,8 mil). Embora o número seja maior, a taxa de efetivação deverá ser inferior que a dos últimos anos: 24% em 2021 e 2022 (com reposição de vagas no período posterior à pandemia), 11% em 2023 e 9% no ano passado. A CNC calcula que a efetivação neste ano deverá ficar em torno de 7%, devido à expectativa de menor crescimento econômico. O melhor ano de abertura de vagas temporárias – 55,6 mil – foi 2014, com influência da Copa do Mundo. “Estamos construindo um modelo de turismo que alia desenvolvimento socioeconômico e valorização cultural, beneficiando toda a cadeia produtiva”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.