São Paulo, 29 de abril de 2025 – O presidente dos EUA, Donald Trump, assinará hoje uma ordemexecutiva que concede créditos fiscais de até 15% do valor de veículos montados nos EUA,compensando parte da tarifa de 25% sobre peças importadas. Segundo o secretário de Comércio,Howard Lutnick, a medida – que será anunciada durante visita a Michigan – tem como objetivoestimular a relocalização de cadeias de suprimentos automotivas no território americano.Fabricantes também ficarão isentos de tarifas adicionais sobre aço e alumínio.
Líderes da GM e Ford elogiaram a flexibilização, com Mary Barra (GM) destacando que a medida”nivela o campo” para investimentos domésticos. No entanto, a GM adiou sua previsão anual e umaconferência com analistas, refletindo a volatilidade causada pelas tarifas. A decisão ocorre apósforte pressão da indústria, que na semana passada alertou em carta sobre riscos de falências emfornecedores, aumento de preços e rupturas na cadeia global – especialmente para empresas comoToyota e Volkswagen.
A medida representa um recuo tático na guerra comercial de Trump, que completa 100 dias comimpacto disruptivo na economia global. Ao conceder créditos progressivos (em vez de isençõestotais), a administração mantém pressão para a relocalização industrial, enquanto mitigaefeitos imediatos. Especialistas apontam que o timing visa conter danos políticos no “cinturãoindustrial” antes das eleições, mas o setor segue cauteloso – 64% dos fornecedores automotivosamericanos já enfrentam dificuldades financeiras.
Apesar do alívio pontual, a carta das montadoras revela preocupação com a tarifa de 25% sobrepeças que entra em vigor em 3 de maio. O setor argumenta que a medida desestabilizaráespecialmente pequenos fornecedores, podendo paralisar linhas de produção por efeito dominó.Analistas veem a ação de Trump como uma jogada para ganhar tempo, transferindo o ônus daadaptação para as montadoras, enquanto mantém o discurso de “America First” diante de sua baseeleitoral.
Vanessa Zampronho / Safras News
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