Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, no WeForum: "Brics tem abundância de recursos e tecnologia"

Uma image de notas de 20 reais
Painel com Ana Cabral debate relevância do Brics para as economias
(Bruna Lencioni)
  • Ana Cabral: "Quando você olha a foto toda, você enxerga o ciclo de desenvolvimento"
  • Zhao Haiying, da WBA (Aliança Empresarial de Mulheres) do Brics-China: “Discutir energia e sustentabilidade é obrigatório"
Por Bruna Lencioni

[AGÊNCIA DC NEWS]. Ana Cabral, copresidente e CEO da Sigma Lithium, indústria brasileira de lítio – que é essencial desde a indústria de celulares até a de veículos elétricos – foi uma das palestrantes na quinta-feira (27) da quarta edição do WeForum 2025 – Women Entrepreneur Forum (Fórum da Mulher Empreendedora), que aconteceu entre quarta e quinta-feira em Belo Horizonte. A executiva destacou o potencial de os países do Brics se alavancarem mutuamente em várias frentes. “Porque entre eles há uma abundância, seja de recursos naturais, como energia, seja no campo da tecnologia, que é o caso da China e da Índia”, afirmou à Agência DC NEWS, que é apoiadora do evento, organizado pelo Conselho Nacional da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), órgão da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

Em tempos de novo protecionismo global, desencadeado pela onda de tarifas do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, o bloco que reúne países fora do eixo EUA-Europa tem um cenário de espaços a ocupar. Hoje, o Brics tem 11 países-membros (os originais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul mais Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã) e outros nove países-parceiros (Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão). O WeForum está na agenda do Brics por meio da WBA, sigla em inglês para a Aliança Empresarial de Mulheres, um dos braços do Brics.

Sobre esse potencial de alavancar relações dentro do Brics, Ana Cabral mencionou como exemplo o potencial mercado dos Emirados Árabes Unidos. “Você utiliza capital dos Emirados Árabes, aperfeiçoa tecnologia, utiliza energia brasileira, verde, renovável e barata.” Quando analisa o todo, ela acredita que há forte capacidade de investimento que, segundo ela, tem ocorrido mas pode avançar. “Quando olhamos o bloco, vemos a capacidade de investimento”, afirmou. A executiva aponta também para outro traço de competitividade, de mão de obra especializada. “É uma falácia dizer que não temos capacidade intelectual [dentro do Brics].” Para ela, “quando você olha a foto, você enxerga o ciclo do desenvolvimento”.

Escolhas do Editor

SUSTENTÁVEL – Outro tema abordado no segundo dia do WeForum foi a sustentabilidade. Nina Plöger, acionista da gigante Melhoramentos e presidente da Forbes Mulher Agro, disse que a companhia tem uma operação que começa em junho, a partir de uma fábrica em Camanducaia (MG), que vai produzir embalagens biodegradáveis. “Você pode colocar essa embalagem em seu quintal, por exemplo, e depois de 90 dias ela simplesmente vai desaparecer”, afirmou.

O foco em sustentabilidade também foi abordado por Cristiane Amaral, líder da América Latina dos setores de Consumo, Produtos e Varejo da EY. Ela citou pesquisa global recente da consultoria: 80% dos entrevistados estão preocupados com sustentabilidade. E as empresas estão indo nessa direção. Zhao Haiying, presidente do WBA-Brics na China ressaltou o papel da energia limpa nessa equação, e afirmou ser necessário que o mundo se una na pauta. “Discutir energia e sustentabilidade é obrigatório, e devemos fazer isso para que lugares bonitos como este [Belo Horizonte] continuem bonitos.”

LIDERANÇA – Por fim, o WeForum debateu a questão da mulher no contexto empresarial. Quem tratou sobre o tema foi Dhafyni Mendes, cofundadora da Todas Group. A empresa realizou um mapeamento sobre as razões que levam uma mulher a deixa seu posto de trabalho, e trouxe um resultado pouco tratado ainda. “São vários motivos, mas microagressões também são um ponto”, disse. Ela citou estudo de Harvard com 5 mil pessoas a quem foi feita a pergunta “O que torna o seu líder inspirador mesmo tomando decisões difíceis” e cuja resposta foi: “Sabedoria e compaixão”.

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