Associação Comercial de São Paulo coloca Juizado Especial à disposição de comerciantes afetados pela falta de energia

Uma image de notas de 20 reais
Apagão em São Paulo: 250 mil imóveis seguem sem energia depois de quatro dias
Crédito: Bruno Santos/FolhaPress
  • Entidade emite nota oficial e diz que “está profundamente preocupada" com apagão durante uma das datas mais importantes para o setor, o Dia das Crianças
  • Segundo a ACSP, o comércio sofre perdas de até R$ 98,6 milhões com a falta de energia na Grande São Paulo desde a noite de sexta-feira
Por Da Redação

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) colocou à disposição dos comerciantes afetados pela falta de energia desde sexta-feira (11) o Juizado Especial Cível da Micro e Pequena Empresa “para orientação e atendimento aos pequenos empreendedores” prejudicados. A entidade emitiu nota oficial (ver abaixo na íntegra) e afirmou que “está profundamente preocupada com mais uma ocorrência de queda de energia elétrica”, afetando especialmente os pequenos negócios “durante uma das datas mais importantes do ano para o setor, o Dia das Crianças”.

O apagão que acometeu a cidade de São Paulo na sexta-feira (11), em decorrência de fortes chuvas e ventanias, afetou 3 milhões de clientes e seguiu causando estragos por sete dias – a empresa afirmou ter zerado a situação de imóveis sem energia. Segundo a ACSP, o comércio sofreu perdas de até R$ 98,6 milhões com a falta de energia na Grande São Paulo. De acordo com a ACSP, esse é o montante que os comerciantes podem ter deixado de faturar devido à falta de energia. A estimativa, baseada no volume movimentado diariamente na cidade de São Paulo e na região metropolitana, é do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).

Na avaliação do economista Ulisses Ruiz de Gamboa, da ACSP, os prejuízos são difíceis de estimar, pois os efeitos do temporal não foram homogêneos na cidade e várias regiões ainda não tiveram o restabelecimento da energia. “Podemos dizer que o prejuízo se dá, principalmente, por reduções nas compras imediatas”, disse Gamboa.

No sábado (12), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que era necessário abrir um processo para encerrar o contrato de concessão com a Enel – multinacional italiana responsável por 70% da distribuição da energia elétrica no estado de São Paulo. O governador afirmou, ainda, que a população não podia “ficar à mercê de tanta irresponsabilidade”. Além disso, ele ressaltou que o dever de fiscalizar a concessão da distribuição é do governo federal e, numa mensagem publicada nas redes sociais, citou o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como responsáveis por “regular, controlar e garantir que o serviço prestado esteja adequado.”

Por sua vez, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que a companhia cometeu um “grave erro de comunicação”. Ele afirmou, ainda, que a concessionária falhou ao não dar uma previsão objetiva de quando a energia elétrica retornaria. Alexandre Silveira também criticou o que chamou de “boicote” da Aneel. Para o ministro, a Aneel não cumpriu com as suas responsabilidades em relação ao apagão de São Paulo. Segundo ele, o diretor-geral da agência, Sandoval de Araújo Feitosa Neto, esteve ausente durante o problema. “Sou a favor da abertura (de um processo de rompimento com a Enel) que passa, naturalmente, por uma intervenção”, disse Alexandre Silveira.

NOTA OFICIAL DA ACSP

Novo apagão afeta comerciantes da capital durante uma das datas mais importantes do ano

São Paulo, 14 de outubro de 2024 – A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) se solidariza com os empreendedores paulistanos que, mais uma vez, se viram no meio de um apagão após as chuvas da última sexta-feira (11), com efeitos que se estenderam pelos dias seguintes. A entidade está profundamente preocupada com mais uma ocorrência de queda de energia elétrica, episódio que afetou significativamente os comerciantes da capital, especialmente os pequenos negócios, durante uma das datas mais importantes do ano para o setor, o Dia das Crianças.

Em uma época tão esperada e planejada pelo comércio, os prejuízos financeiros são inegáveis, bem como as perdas de oportunidades de vendas, além de prejudicar os consumidores na escolha de um presente. Essas falhas no fornecimento de energia colocam em risco a continuidade de muitos negócios, principalmente os pequenos, que contribuem significativamente para a economia e a geração de empregos.

A ACSP espera por medidas urgentes para garantir a estabilidade no fornecimento de energia na cidade de São Paulo e se coloca à disposição dos comerciantes afetados, por meio do Juizado Especial Cível da Micro e Pequena Empresa, na Rua Boa Vista, 76, 3º andar, e do Posto Avançado de Conciliação Extrajudicial (Pace), localizado na Rua Galvão Bueno, 83, Liberdade, para orientação e atendimento aos pequenos empreendedores.

Atenciosamente, 
Roberto Mateus Ordine
Presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

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