Banco sinaliza pouca perspectiva de novos cortes nas taxas antes do verão - ING

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São Paulo, 11 de fevereiro de 2025 – O Federal Reserve (Fed) dos EUA mantém a intenção decortar as taxas de juros, mas não tem pressa para fazê-lo. Após cortes de 1 ponto percentual(pp), o presidente do Fed, Jerome Powell, sugere que a política monetária permanece restritiva.”Mesmo que a inflação continue elevada, o Fed planeja ‘manter’ a contenção por mais tempo,indicando uma inclinação para reduzir as taxas em direção ao nível neutro. No entanto, éimprovável que haja mudanças antes de junho”, afirma James Knightley, chefe de economiainternacional da ING.

Em seu testemunho perante o Comitê Bancário do Senado, Powell evitou mencionar temas comotarifas, comércio ou o presidente Trump, focando em reiterar a posição do Fed após a decisão demanter as taxas inalteradas em janeiro. Ele descreveu a atividade econômica e o mercado de trabalhocomo “sólidos”, enquanto a inflação permanece “um pouco elevada”. “Powell destacou que o mercadode trabalho não é uma fonte significativa de pressões inflacionárias e que as expectativas deinflação de longo prazo estão bem ancoradas, o que mantém o Fed confortável com a políticamonetária atual”, continua o especialista.

Knightley acredita que, embora haja uma tendência para novos cortes, Powell enfatizou que o Fednão precisa se apressar para ajustar sua política. Ele afirmou que reduzir a contenção muitorápido ou muito lentamente poderia prejudicar o progresso na inflação ou enfraquecer a atividadeeconômica e o emprego. “O Fed está preparado para manter a política restritiva por mais tempo sea economia permanecer forte e a inflação não se mover de forma sustentável em direção à metade 2%. Não há menção de reversão para aumentos nos juros”.

Powell também comentou sobre política comercial e tarifas, afirmando que o livre comércio fazsentido lógico, mas pode falhar se outros países não seguirem as regras – uma clara referênciaà China, segundo o analista. Mas, ele ressaltou que não é papel do Fed formular ou comentar sobrepolíticas comerciais, apenas reagir aos dados econômicos. “A expectativa é de dois cortes dejuros no segundo semestre de 2025, com o fluxo de dados determinando o momento e a necessidade denovos ajustes. A combinação de políticas de Trump, como regulamentação leve, cortes deimpostos, controles de imigração e ameaças de tarifas, pode manter o crescimento e a inflaçãoelevados, reduzindo a probabilidade de cortes antes de junho”, concluiu.

Vanessa Zampronho / Safras News

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