São Paulo, 14 de maio de 2025 – A Bolsa tem leve realização, sustenta marca dos 138 mil pts,e em dia de agenda mais esvaziada com os investidores analisando os resultados corporativos doprimeiro trimestre de 2025, monitorando acordos de investimentos comerciais dos Estados Unidos e àespera de gatilhos.
Em relação aos balanços, a JBS registrou lucro líquido consolidado da JBS subiu 77,6% noprimeiro trimestre de 2025, totalizando R$ 2,9 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos,depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 8,9 bilhões, alta de 38,9% nacomparação anual, enquanto a margem Ebitda alcançou 7,8%, um aumento de 60 pontos-base emrelação ao ano anterior. As ações caíam 6,26%.
A Azul despencava 13,98% refletindo o resultado do primeiro trimestre de 2025. A companhiaregistrou lucro líquido de R$ 783,1 milhões no 1T25, revertendo o prejuízo de R$ 1,1 bilhão emigual período do ano passado. O lucro ajustado da empresa apontou prejuízo de R$ 1,8 bilhão, altade 460,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebtida caiu 2,1% na comparação anual atingindoR$ 1,3 bilhão.
Na ponta positiva, o destaque fica para Natura (NTCO3) com alta de mais de 7%.
Às 12h47 (horário de Brasília), o principal índice da B3 caía 0,13%, aos 138.774,45 pontos.O Ibovespa futuro com vencimento em junho operava no zero a zero, aos 140.515 pontos. O girofinanceiro era de R$ 9,8 bilhões. Em Nova York, os índices operavam no positivo.
Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que o Ibovespatem ajuste técnico na sessão de hoje, após ganhos da véspera, digere balanços.
“Hoje, os mercados vivem uma certa ressaca após os fortes ganhos no pregão de ontem, quando oIbovespa fechou em 138.963 pontos, patamar mais alto da série histórica do Ibovespa. Diante de umaagenda vazia, tem sim espaço para uma realização, que é saudável para o mercado. O mercadocontinua monitorando os acordos de investimentos comerciais do presidente Donald Trump. Amanhã, aagenda é mais cheia com PIB anual do Reino Unido, núcleo de vendas no varejo mensal nos EstadosUnidos e o índice de preços ao produtor americano [PPI, sigla em inglês], que pode trazer algumavolatilidade para o mercado”.
Boragini disse que em relação aos balanços corporativos, o grande destaque fica para asações da JBS.
“Apesar de ser um resultado forte, com crescimento de 77% no lucro líquido em relação aomesmo período do ano passado, o mercado se sentiu um pouco desconfortável com relação àsperspectivas de margem. A pressão desse crescimento do lucro, a margem EBITDA ajustada ficou emquase 8% abaixo das expectativas do mercado. O setor de proteínas está pressionado. O mercado decarnes enfrenta desafios com custos elevados e demanda global instável. Esse ativo [JBS] teve umaforte alta nos últimos meses, então se trata de uma realização de lucro”.
Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, disse que a agenda lá fora estáesvaziada e, por aqui, o mercado repercute serviços de março e fica de olho na temporada debalanços.
“O mercado fica no aguardo por novos gatilhos, após a trégua comercial entre EUA-China. OntemCPI desacelerou em abril mesmo após as novas tarifas, o que abriu espaço para o Fed cortar juros.Com a redução de juros lá fora,tem chance de manutenção aqui. Hoje, a agenda está esvaziada deindicadores lá fora e mercado fica voltado para falas de dirigentes do Fed, Philip Jefferson MaryDaily. Por aqui, o mercado repercute serviço [ +0,3% em março], prevíamos alta de 0,50% emmarço; ano contra ano ficou em 1,9% e estimávamos 2%. Aqui segue temporada de balançoscorporativos com Eneva, Azul, Eletrobras, entre outros. O mercado brasileiro continua em uma boadinâmica, mas no curto prazo a assimetria está mais negativa, o que requer que investidor sejamais seletivo nas escolhas”.
Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)
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