Bolsa avança com commodities, queda dos DIs e possibilidade de corte de juros nos EUA

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 7 de março de 2025 – A Bolsa caminha para fechar no positivo, alta de quase 2%, emdia de apetite ao risco puxada pelas commodities, queda na curva de juros e com a possibilidade decorte de juros nos Estados Unidos, mercado de trabalho mais fraco por lá.

As ações da Vale (VALE3) subiam 1,99%. Itaú (ITUB4) avançava 1,23%. Petrobras (PETR3 ePETR4) subia 1,70% e 1,75%.

Às 16h42 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 1,93%, aos 125.719,81 pontos.O Ibovespa futuro com vencimento em abril avança 1,90%, aos 127.315 pontos. O giro financeiro erade R$ 14,9 bilhões. Em Nova York, os índices operavam em alta.

Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, disse que fatoresinternos e externos ajudaram no bom humor da Bolsa.

“No cenário internacional, a possibilidade de cortes nos juros dos Estados Unidos impulsionamercados emergentes, tornando ativos brasileiros mais atrativos. Esse otimismo é reforçado pordados do mercado de trabalho americano mais fracos do que o esperado. Internamente, a valorizaçãodas commodities beneficia empresas com forte peso no índice, como Petrobras e Vale. O alívio nacurva de juros ajuda as empresas mais sensíveis a juros, o que contribui para a alta do Ibovespa”.

Ubirajara Silva, gestor in dependente de renda variável, disse que “os grandes destaques doIbovespa são as empresas ligadas ao mercado interno commodities. Tem muita gente short em Ibovespa[investidor aluga uma ação e vende, sendo a finalidade lucra na diferença entre o preço de vendainicial e de compra futura]. Outro fator que faz preço é a pesquisa que saiu hoje mostrando quedana popularidade do governo e alta na rejeição”.

Silva disse que a realização no exterior deve estar perto do final, “e isso abre as portaspara uma melhora maior do Ibovespa”.

Thiago Duarte, analista de mercado da Axi, disse que o resultado do PIB “mostra a intensidade dadesaceleração da economia brasileira, com os mercados já se preparando para mais fraquezaadiante. Com a taxa Selic em 13,25% e uma nova alta esperada para 19 de março, as perspectivas decrescimento continuam a se deteriorar. Acreditamos que esses dados reforçarão as preocupações deque a economia brasileira está sofrendo com condições monetárias apertadas, enquanto oinvestimento e o consumo seguem sob pressão”.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que “embora o PIB tenha vindo abaixoda expectativa do mercado, é muito bom com três anos seguidos com crescimento acima de 3%, comdistorções em algumas áreas, mas mais equilibrado que nos últimos anos com efeito da pandemia.Para 2025, esperamos avanço de 2,5% puxado por agronegócio”.

Em relação ao PIB, Cruz disse que o payroll veio um pouco abaixo do esperado com efeitos dogoverno Trump, com 10 mil vagas a menos que são as do governo federal que foram retiradas. Ao longodo ano essa taxa de desemprego deve subir e deve impactar a decisão do Fed caso a taxa dedesemprego come a desacelerar de forma mais intensa.

Mais cedo, foi divulgado o relatório de emprego (payroll, sigla em inglês) nos Estados Unidos. Foram criadas 151 mil vagas de trabalho em fevereiro, bem acima do esperado pelos analistas de 170mil. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, também veio acima das expectativas (4,0%). A abertura depostos de trabalho em janeiro é revisada de 143 mil para 125 mil.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIBbrasileiro cresceu 0,2% no quatro trimestre, abaixo das expectativas (+0,4%) e encerrou 2024 em2,34%, praticamente em linha.

Soraia Budaibes – soraia.budaibes@cma.com.br (Safras News)

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