Bolsa fecha em queda após confirmação de tarifas nos EUA e baixas de Vale, mineradoras e siderúrgicas

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 31 de janeiro de 2025 – A Bolsa fechou em queda no último pregão da semana e do mêsde janeiro. O Ibovespa caiu 0,51%, aos 126.262,46 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento emfevereiro recuou 0,56%, aos 126.720 pontos. O giro financeiro foi de R$ 13,28 bilhões. Na semana, oprincipal índice da bolsa brasileira subiu 3,01%. No mês, avançou 4,86%. O dólar, os juros e osfuturos norte-americanos também fecharam no campo negativo.

O principal índice da B3 inverteu o sinal e baixou para o patamar dos 126 mil pontos no meio datarde desta sexta-feira, com as ações de mineração e siderurgia em forte queda. A ação daVale, que tem forte peso o Ibovespa, encerrou em baixa de 1,56%; CSN, CNS Mineração, Gerdau,Metalúrgica Gerdau e Usiminas recuaram 1,72%, 1,79%, 3,09%, 4,08% e 2,30%, respectivamente.

O governo dos Estados Unidos confirmou hoje que irá impor taxas de 25% sobre importações doMéxico e Canadá e irá aplicar uma tarifa de 10% de produtos da China a partir deste sábado, ouseja, amanhã, 1º de fevereiro.

“Vale notar que o candidato a secretário de Comércio de Trump, Howard Lutnick, havia dito no diaanterior que as tarifas poderiam ser evitadas caso os países vizinhos adotassem medidas parareforçar a segurança nas fronteiras”, comentou a XP, em relatório sobre os primeiros anúncios dopresidente dos EUA, Donald Trump, que, confirmou nesta quinta-feira (30) a tarifa de 25% sobreprodutos provenientes do México e Canada a partir de sábado (1).

A XP comenta que, após uma primeira semana marcada por decisões como a declaração de emergênciaenergética e a retirada dos EUA do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), opresidente Donald Trump começou a dar mais clareza sobre sua política de comércio exterior,embora ainda não tenha tomado medidas concretas.

O republicano também prometeu impor tarifas sobre chips de computador, produtos farmacêuticos eaço importados, com o objetivo de incentivar a produção doméstica desses itens. No entanto, asalíquotas específicas ainda não foram confirmadas, acrescentou a XP.

O novo governo americano considera também uma tarifa universal para todos os produtos importadosaos EUA. Questionado sobre relatos de que o novo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, apoiaria umataxa global que iniciaria em 2,5% e seria atualizada mensalmente, Trump afirmou que sua preferênciaseria por uma taxa muito maior que 2,5%.

“Os próximos dias devem trazer definições sobre o rumo das políticas comerciais da novaadministração”, prevê a XP.

As ações da Petrobras fecharam em alta após o anúncio de aumento do diesel para asdistribuidoras pela empresa. PETR3 ON subiu 0,67% e PETR4 avançou 0,80%.

O último pregão da semana e do mês também teve a divulgação do índice de preços para osgastos pessoais (PCE) em linha com as expectativas e dados do desemprego no Brasil um pouco acima doesperado pelo mercado financeiro entre os destaques.

A partir de amanhã, 01/02, a Petrobras ajustará seus preços de venda de diesel A para asdistribuidoras que passará a ser, em média, de R$ 3,72 por litro, um aumento de R$ 0,22 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição dodiesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidorpassará a ser de R$ 3,20 /litro, uma variação de R$ 0,19 a cada litro de diesel B.

O indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) subiu0,3% em dezembro na comparação mensal, acima dos 0,1% registrados em novembro. Na comparaçãoanual, o índice subiu 2,6% em dezembro, depois de ter subido 2,4% em novembro. A previsão era dealta de 0,3% no PCE em base mensal e de 2,6% em base anual.

O núcleo do PCE, que exclui do cálculo os preços de alimentos e energia, subiu 0,2% em termosmensais e cresceu 2,8% em termos anuais em dezembro, ante 0,1% e 2,8% registrados em novembro.

A taxa de desocupação chegou a 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, com estabilidadeem relação ao trimestre de julho a setembro (6,4%). Com o resultado, a taxa média anual doíndice foi de 6,6% em 2024, o que representa uma retração de 1,2 p.p. frente a de 2023 (7,8%). Osdados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgadahoje (31) pelo IBGE.

O resultado ficou um pouco acima da mediana das expectativas do mercado financeiro, de 6,05%,conforme o Termômetro Safras. O número anual é o menor da série histórica iniciada em 2012,quando foi de 7,4%. A menor taxa da série até então havia sido em 2014 (7,0%).

O mercado também precifica o resultado fiscal do governo federal, tarifas adotadas pelo governonorte-americano e balanços corporativos nos Estados Unidos.

Em relatório, o BTG Pactual projeta um déficit do governo central de R$ 90 bilhões para este ano,o que corresponde a um déficit de R$ 46 bilhões considerando a exclusão dos pagamentos dedívidas precatórias (não incluídos no cálculo da meta primária). “Com um limite inferior de-R$ 31 bilhões, o cumprimento da meta é provável, embora não seja o nosso cenário base”,comenta o analista Fabio Serrano. Ele também avalia que, “se as lições aprendidas em 2024 foremaplicadas, seria sensato adoptar uma abordagem mais conservadora nos relatórios bimestrais. Istodeve incluir uma maior disponibilidade para congelar ou bloquear despesas discricionárias, conformenecessário. Tais medidas poderão evitar ajustamentos tardios e a incerteza que caracterizou o anopassado”, opina.

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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