Boulos se esquiva sobre Moraes, e Nunes diz que Judiciário não pode ser pêndulo

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Moraes recebeu apoio em Brasíia, após duras críticas por ordenar produção de relatórios para embasar decisões contra bolsonaristas no inquérito das fake news
Crédito: Andressa Anholete/SCO/STF

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou ver com preocupação a revelação da Folha de S.Paulo de que o gabinete de Alexandre de Moraes no STF ordenou de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news.

Nunes, que concorre à reeleição com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), disse que o Judiciário não pode ser “pêndulo” e que cabem esclarecimentos.

“O fortalecimento e a consolidação da democracia necessariamente precisa passar por um Judiciário que não faça pêndulo, que não penda nem para um lado e nem para outro. Portanto, o que a gente espera é que a maior corte do nosso pais possa trazer à sociedade um esclarecimento”, disse nesta quarta-feira (14), antes do debate realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, pelo portal Terra e pela Faap.

Principal adversário de Nunes na corrida, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) disse não ter lido as reportagens e, portanto, não quis comentar.

“Eu estava no Jaraguá e em Taipas, eu estava focado na campanha aqui em São Paulo. Não tive nem a oportunidade, para ser franco de ler a matéria e ouvir os áudios”, afirmou.

Pablo Marçal (PRTB), que flerta com o bolsonarismo, afirmou, sem apresentar evidências ou provas, que a crítica sobre a atuação de Alexandre de Moraes tem o apoio do governo Lula (PT), que teria o objetivo de substituir o ministro.

“Eu não li a reportagem, mas o movimento me estranha muito. Sempre quando a imprensa se junta para sacrificar alguém é realmente interessante. Parece um movimento que é apoiado pelo governo federal para apoiar um nome novo, eu estou só querendo saber quem é o novo nome de ministro para o STF.”

“Mas tá de parabéns a divulgação, não parece nada que a mídia tem coragem de mostrar. E a hora é agora né, senadores? [São] 81 senadores, vocês têm em mãos algumas denúncias, que quem errou tem que pagar. Espero que vocês sejam homens e mulheres o suficiente para continuar com isso aí”, completou.

Tabata Amaral (PSB) disse que ainda não se sabem informações suficientes para que ela faça um comentário em profundidade, mas defendeu que o assunto seja alvo de apuração.

“Tudo que eu li mostrou que tem muito pouca informação ainda. Estou esperando os próximos passos, os desdobramentos”, respondeu a candidata ao chegar ao debate.

“Obviamente, se houve qualquer irregularidade, não importa de quem estamos falando, pode ser um ministro do STF, tem que se investigar e entender quais são as consequências, os erros. Todos estão sujeitos à lei”, disse.