Fundada em 2015, em Miami, nos Estados Unidos, a Braé Hair Care foi criada pelo brasileiro Renato Antunes. Ele buscava criar uma marca de cosméticos de alta performance, inspirada na expertise brasileira em cuidados capilares. Desde então, a Braé expandiu sua atuação globalmente, marcando presença em 12 países, 25 mil salões de beleza e 5 mil lojas multimarcas. Além disso, opera 12 quiosques no Brasil e nos Estados Unidos. Em 2024, a empresa projeta faturamento de R$ 260 milhões, impulsionada por inovações de produtos e estratégia digital. A trajetória da marca começou com o lançamento do Bond Angel Plex Effect, um produto destinado ao uso exclusivo em salões de beleza, que protege os fios durante o processo de descoloração. “Esse produto já existia nos Estados Unidos e eu vi a oportunidade de lançá-lo em primeira mão no Brasil”, disse o fundador.
Em 2016, com o lançamento no país, a empresa faturou R$ 700 mil. No ano seguinte, o produto estava presente nos principais salões de beleza do Brasil e segundo a empresa se tornou o queridinho dos cabeleireiros. O Bond Angel, que foi o único produto da marca por dois anos, gerou um faturamento para a empresa de R$ 4,5 milhões. Com a expansão de novas linhas, como a Revival One, em 2018, e o foco no home care a partir de 2019, a empresa atingiu R$ 17 milhões em faturamento. De um único produto, a Braé evoluiu para um portfólio com 104 itens, e segundo Antunes, mantendo o compromisso de oferecer soluções premium para o cuidado capilar.
DIGITAL – Em 2020, a Braé decidiu ampliar suas fronteiras apostando no digital. A empresa transformou sua comunicação com o público, focando em influenciadores digitais para alcançar novos consumidores. “Escolhemos embaixadores que são cabeleireiros renomados”, disse Antunes. O fundador chama essa estratégia de Love Brand. O foco é estabelecer conexão com os cabeleireiros, transformando-os em embaixadores naturais da marca. Esse relacionamento foi construído de forma orgânica. “Eles começaram a propagar e falar da marca de forma autêntica, e isso foi nosso grande pulo do gato.” Após o sucesso com os cabeleireiros, a marca ampliou a estratégia, envolvendo blogueiras, que passaram a usar os produtos em casa e a comunicar diretamente com o consumidor final. Hoje, são 200 macroinfluenciadoras, com mais de 5 milhões de seguidores, e 2 mil microinfluenciadoras, com até 200 mil seguidores. Esse movimento resultou em um crescimento expressivo, com o faturamento atingindo R$ 32 milhões no ano (2020).
EXPANSÃO – Além do avanço no digital, a Braé expandiu fisicamente, inaugurando o salão The Boutique by Braé em Nova York, um espaço que também funciona como uma pop-up store, modelo de varejo temporário. Em 2021, a entrada em redes como Sephora e perfumarias especializadas, somada à presença no digital, levou o faturamento a R$ 85 milhões. Já em 2022, com a abertura de quiosques, a empresa quase dobrou a receita, alcançando R$ 150 milhões. “Nossos produtos são vendidos em grandes redes como Mundo do Cabeleireiro, além de lojas menores de bairro, e a marca também está em mais de 500 sites e marketplaces”, afirmou Antunes. Além do sucesso no mercado brasileiro, a Braé expandiu suas operações globalmente. Atualmente, a marca está nos mercados de Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Polônia, Rússia, Portugal, Suíça e Ucrânia. Há planos para conquistar ainda mais territórios por Europa, Ásia e África.
EXPANSÃO – Para consolidar sua expansão internacional, a Braé estruturou um plano estratégico com o apoio de uma consultoria especializada e a criação de um Conselho de Administração. Além do fundador, Renato Antunes, o conselho tem mais quatro profissionais de diferentes áreas, o que traz perspectivas diversas para o crescimento da marca. “Queríamos visões diferentes para construir um plano robusto.” Um dos maiores desafios enfrentados pela Braé, segundo Antunes, está relacionado à escassez de profissionais qualificados no mercado de beleza. “É muito difícil encontrar pessoas capacitadas com experiência nesse setor, porque no Brasil há poucas marcas grandes que formam mão de obra especializada”, afirmou. Ele destaca que, além de gigantes como Boticário, L’Oréal e Natura, poucas empresas investem no desenvolvimento de talentos, o que limita a oferta de profissionais qualificados. “Esse é um desafio que enfrentamos no passado, enfrentamos no presente e certamente enfrentaremos no futuro.”
Antunes afirmou que a empresa já desenhou seu plano de crescimento para os próximos cinco anos. A primeira estratégia é aumentar a capilaridade nacional, já que atualmente 70% das vendas estão concentradas no estado de São Paulo. A meta é expandir para outras regiões com alta renda per capita. A segunda via de crescimento envolve a abertura de mais lojas próprias. A terceira aposta é o lançamento de novas categorias de produtos, como maquiagem e skincare, após a estreia da fragrância Braé For Her. A quarta via de crescimento é a internacionalização, com a seleção de novos países para importarem os produtos da marca. “Hoje temos uma fila de mais de 20 países interessados, mas mantemos uma análise rigorosa para escolher os melhores parceiros”, disse Antunes. Por fim, a quinta frente de crescimento é expandir a marca para outras categorias que não sejam produtos de beleza, como eletrônicos e acessórios.