São Paulo, 29 de janeiro de 2025 – Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estadode São Paulo (Ciesp) e primeiro vice da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(FIiesp), manifesta sua preocupação com as projeções contidas no Boletim Focus do Banco Centraldesta segunda-feira (27/01), à véspera da primeira reunião do Comitê de Política Monetária(Copom) em 2025. As estimativas do mercado permanecem em níveis absurdos para os próximos trêsanos: 15% em 2025, 12,50% em 2026 e 10,38% em 2027, alerta.
Ao se confirmar essa previsão dos analistas, a economia brasileira sofrerá muito, pois ninguémconsegue prosperar com juros tão altos durante tanto tempo, ressalta Cervone. Ele também expressapreocupação com as perspectivas sobre a inflação para 2025, que apontam um índice de 5,50%. Ocentro da meta é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, um teto de4,5%.
Embora seja fundamental controlar a inflação, é preciso enfatizar que a Selic muito alta, comotemos enfrentado, afeta diretamente os setores produtivos e reduz a competitividade da indústriabrasileira, pondera o presidente do Ciesp. Para ele, o País ainda precisa encontrar um equilíbrioentre estabilidade monetária e crescimento sustentável do PIB. É muito danoso para nossa economiacontinuar convivendo com um dos juros reais mais elevados do mundo.
Cervone manifesta sua expectativa de que as autoridades monetárias, na gestão de Gabriel Galípolona presidência do Banco Central, encontrem um patamar mais equilibrado e civilizado para a taxaSelic. Ele reforça, ainda, a necessidade de que a política fiscal promova o ajuste das contaspúblicas, destacando que esse esforço deve ser compartilhado entre a União, os estados e osmunicípios.
Fica muito clara nessa questão dos juros e das políticas fiscal e monetária a urgência dacontinuidade das reformas estruturais. Assim, neste início de ano, é determinante que o CongressoNacional retome a reforma administrativa, para que tenhamos um Estado menos oneroso e não indutorda inflação, mais produtivo, desburocratizado e eficiente no atendimento à sociedade, conclui opresidente do Ciesp.
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