SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após debandada no último debate, o confronto marcado para este domingo (1º) entre os candidatos para a Prefeitura de São Paulo tem a presença confirmada dos cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto.
O evento contará com a presença de Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB). O embate deve ser marcado por regras mais rígidas e possibilidade de expulsão de quem desrespeitá-las.
Realizado pela TV Gazeta e o Canal MyNews, o debate não terá plateia e só serão autorizados dois assessores por candidato. Apenas jornalistas estão autorizados para acompanhar no local as discussões.
Pelas regras já estabelecidas, os candidatos são obrigados a permanecer nos púlpitos e não podem se aproximar dos adversários. Assessores podem conversar com os candidatos apenas nos intervalos e não está autorizado uso de celular ou qualquer outro material. Porém, não há restrição para roupas ou uso de boné.
Além disso, o candidato que desrespeitar as regras pode levar advertência e, no caso de descumprimento de regras, ser retirado do debate. O evento conta com a presença de seguranças.
Nunes, Boulos e Datena faltaram no último encontro, promovido pela revista Veja, seguindo estratégia de evitar servir de escada para Marçal desferir ataques e surfar na internet com cortes de vídeos do evento. Agora, as equipes afirmam que a organização do novo debate assegurou regras rígidas e maior controle.
No debate promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), as candidaturas adversárias protestaram contra o desrespeito ao regulamento.
Pela estratégia traçada para o encontro deste domingo, Boulos deve apresentar propostas e tentar desconstruir sua pecha de radical, mas sem deixar de responder a ataques diretos como os de Marçal, que escolheu o membro do PSOL como alvo nas ocasiões anteriores e indicou que deve continuar nessa toada.
A expectativa de auxiliares é que Boulos mire igualmente Nunes e o candidato do PRTB, apontando os rivais como “as duas faces do bolsonarismo” na capital.
Na sexta-feira (30), o deputado rejeitou adotar postura mais combativa contra Marçal no debate. “Eu estou em primeiro lugar nas pesquisas. Nós vamos dialogar com a cidade de São Paulo.”
Já Marçal deve manter o tom agressivo, com o objetivo de render vídeos de alto engajamento para as redes sociais. Para ele, é importante ir bem no cenário digital, já que seu partido, o nanico PRTB, tem poucos recursos como tempo de propaganda eleitoral na TV e acesso ao fundo eleitoral.
Em entrevista ao podcast Flow, o influenciador disse que a atitude que classificou de menos agressiva no debate da revista Veja não rendeu bons números nas redes sociais. “Uma pessoa veio para cima de mim só com baixaria de último nível. Eu falei ‘não vou cair nesse jogo’. Engraçado, não rendeu um corte, não deu nada”, afirmou o autodenominado ex-coach ao podcast.
Nunes, por sua vez, foi orientado a manter a calma neste domingo, buscando focar questões da cidade e mirando, ao mesmo tempo, Marçal e Boulos.
“[Nunes] vai mostrar que é o único que tem condições de ser prefeito”, afirma Baleia Rossi, presidente do MDB e um dos coordenadores da campanha.
Ao confirmar presença no debate na semana passada, o prefeito disse que o que interessa é “debater a cidade sem palco para ataques”.
“A gente precisa ter debate com respeito às pessoas. E discutir muito as propostas mentirosas. A população não pode ser enganada”, disse na sexta.
Datena busca uma melhor performance no debate da Gazeta após admitir dificuldades na estreia. O tucano inclusive creditou a sua queda nas pesquisas de intenção de voto ao seu desempenho nos encontros.
Neste domingo, o apresentador deve direcionar ataques a Marçal e Nunes e aposta na narrativa de associá-los ao crime organizado. No embate com o atual prefeito, o tucano trará como promessa auditar os contratos da gestão, principalmente os firmados com dispensa de licitação e com empresas de ônibus.
Dizendo-se contrariado com a postura do candidato do PRTB nos debates, Datena ameaça ir embora do programa. “Se eu perceber [que as regras não foram respeitadas] quem sai do debate, sou eu”, disse o comunicador.
“Espero que seja dentro dos princípios democráticos e não deturpado por gente que vem com messianismo, que ressuscita defunto [referência a Marçal]”, completa.
Tabata, por sua vez, que se apresenta nas redes sociais como antagonista de Marçal, afirma que sua atuação deve conciliar propostas e embates com o autodenominado ex-coach.
Ela afirmou na sexta-feira que pretende “desmascarar o bandido que está disputando essa eleição querendo ludibriar a população de São Paulo”.
Tabata também declarou na quinta-feira (29) que iria revelar no debate evidências de que Marçal angariou de forma irregular seguidores nas novas redes sociais –o influenciador teve as contas derrubadas pela Justiça, mas foi autorizado a criar novas e angariou mais de 2 milhões de seguidores em menos de 48 horas.
A campanha de Tabata, porém, não acredita que o embate deste domingo deve ser tão caloroso quanto os últimos, uma vez que os candidatos se enfrentam cara a cara apenas uma vez.
Debate TV Gazeta e Canal MyNews
Quando: Domingo, 1º de setembro, às 18h
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