Cenário exige monitoramento das políticas de Trump e dos temas fiscais no Brasil-SulAmérica

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 11 de fevereiro de 2025 – Em sua carta mensal “Palavra do Gestor” de fevereiro, aSulAmérica Investimentos afirma que o cenário exige “monitoramento atento”, especialmente emrelação ao impacto das políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao retorno doCongresso no Brasil, que trará de volta ao centro do debate os temas fiscais e políticos.

“O alívio observado em janeiro pode não se sustentar, e a dinâmica dos mercados seguirá sendoinfluenciada pela evolução desses fatores”, avalia a SulAmérica.

Em relação ao Ibovespa, a SulAmérica destaca que o grande tema no mercado financeiro brasileiroé o fiscal e que, diante das incertezas em relação ao caminho que será adotado pelo governobrasileiro (“continuar expandindo o fiscal com medidas populistas de curto prazo, que devem gerargrandes danos depois, a fim de se preparar para as eleições em 2026” ou “dar o ‘remédio amargo’que ajudaria nos problemas estruturais do país, mas que seriam impopulares de imediato”), a gestoracontinua exposta na Bolsa brasileira a empresas com alta geração de caixa.

“O atual governo aumentou o nível de gastos federais, acelerando a discussão sobre o nível dedívida sobre PIB e a necessidade de redução de gastos (ou investimentos, na visão do governo).Quando chegou a hora de entregar uma medida, que foi postergada algumas vezes, ela decepcionou atéaqueles menos esperançosos. Agora o governo está numa encruzilhada, a popularidade não estásatisfatória, mesmo com PIB crescendo, desemprego perto das mínimas e inflação próxima aolimite da meta. Contudo, a expectativa de inflação continua subindo, o BC deve continuar a subirjuros, o que deve desacelerar a economia”, avalia.

Sobre o cenário internacional, a carta ressalta que, nos EUA, a discussão está focada em até quenível o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve cortar juros, em meio aossinais de uma economia que continua forte e com a inflação crescente, o que diminui o espaço paracortar juros. “Além disso, políticas protecionistas de Trump podem fortalecer o dólar e afetarnegativamente mercados emergentes. A China está em um momento diferente. Os últimos pacotes deincentivo econômico não estão gerando o resultado esperado pelo governo. Isso pode ser um sinalde esgotamento da estratégia econômica do governo, que foca na elevação da oferta”, diz a carta.

A análise pontua que o Ibovespa encerrou o mês de dezembro com desvalorização de -4,28%,enquanto os demais índices tiveram as seguintes variações: S&P 500 -2,08% (USD), Euro Stoxx+1,39% (EUR) e Nikkei +4,52% (JPY). Nas commodities, o petróleo tipo Brent fechou em US$ 74,64(+4,39% no mês) e o minério de ferro em US$ 100,97 (-2,93% no mês).

Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)

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