São Paulo, 14 de maio de 2025 A JBS conquistou mais um avanço expressivo na auditoria doscompromissos da pecuária na Amazônia Legal. Os dados do 2º Ciclo do Protocolo de Monitoramento Boina Linha, divulgados nesta quarta, 14, pelo Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, apontampara 100% de conformidade em volume de animais na próxima rodada de informações. Nesta edição,a Companhia alcançou 98,23%, 4,4 pontos percentuais mais que na estreia.
De acordo com o MPF trabalho do segundo ciclo unificado de auditorias na cadeia econômica dapecuária na Amazônia Legal verifica se os frigoríficos inspecionados têm feito o controle deorigem da carne comprada dos produtores da região, conforme acordos firmados com o órgão desde2009. As informações serão divulgadas durante evento na sede da Procuradoria-Geral da República,em Brasília, às 14h.
“A iniciativa visa garantir que a carne oferecida ao mercado consumidor nacional e internacional -tenha origem legal. O cumprimento da legislação evita que sejam comercializados animais com origemem áreas com desmatamento ilegal, trabalho escravo, invasões a unidades de conservação e aterras indígenas e quilombolas, ou sem regularização ambiental”, diz o MPF, em nota.
Além de indicar quais empresas estão atuando para promover e incentivar o respeito às leis equais os resultados obtidos por elas, o órgão afirma que a divulgação desses indicadores é umaforma de diferenciar os frigoríficos que têm efetivado, na prática, o compromisso e o dever legalde atuar de forma responsável e sustentável.
Serão apresentados os resultados das auditorias realizadas em frigoríficos dos estados do Acre,Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Os dados serão debatidos por procuradores daRepública que atuam na Amazônia.
O evento faz parte da série de ações preparatórias para a participação do Ministério PúblicoFederal na 30 Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA).
Controle padronizado As auditorias são previstas em Termos de Ajustamento de Conduta (TACs)firmados entre o MPF, setores produtivo e empresarial e órgãos de fiscalização desde 2009 oschamados TACs da Carne Legal. Além disso, empresas desse setor e entidades do varejo vêmdivulgando compromissos públicos de monitorar suas compras de gado da Amazônia. Para harmonizar oscritérios de fiscalização e controle, foi criado um protocolo unificado para o monitoramento defornecedores de gado.
No MPF, a coordenação dos trabalhos relativos ao TAC da Carne Legal é feita por meio da Câmarade Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (4CCR), a partir do Grupo de Trabalho (GT) Amazônia Legal.Para a efetivação e ampliação dos TACs, o projeto conta com a cooperação da organizaçãoAmigos da Terra Amazônia Brasileira (AdT) e do Instituto de Manejo e Certificação Florestal eAgrícola (Imaflora), via programa Boi na Linha.
Também integram a Câmara Técnica de Apoio ao TAC o Instituto do Homem e Meio Ambiente daAmazônia (Imazon), a Universidade de Wisconsin-Madison (UW) e a Universidade Federal de MinasGerals (UFMG).
JBS
A JBS afirma que não conta com fábricas de processamento de bovinos no Amazonas e que a auditoriafoi realizada pela consultoria Grant Thornton de 20 de setembro do ano passado até 15 de março. Olevantamento abrangeu as compras do período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022.
Estes foram os despenhos da JBS por estado: Rondônia 99,23% (mais 11,22 pontos percentuais emrelação ao ciclo anterior); Mato Grosso 98,19% (+0,34 ponto percentual); Acre 98,14% (+8,28 pp)Tocantins 98,03% (estreia do estado, não há comparação com a edição passada); e Pará 97,01%(+3,01 pp).
A JBS afirma que, não fossem questões relacionadas a documentação, o seu percentual de nãoconformidade de 1,77% teria se reduzido a 0,27%. Esse desempenho mostra que estamos muito próximosda meta de 100% de conformidade, número que vai refletir todo o empenho da Companhia para aprodução sustentável na Amazônia. A evolução comprovada neste ciclo comprovou o que dissemosna edição anterior, de que temos clareza sobre como alcançar esse objetivo, afirmou LiègeCorreia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil.
A JBS disse que “prossegue no aprimoramento da gestão documental, que inclui somente aceitarprotocolos de projetos de regularização ambiental (PRA) com termo de compromisso assinado (emvigor desde novembro de 2021), além de melhorias nos registros ligados ao Cadastro Ambiental Rural(CAR)”.
De acordo com a JBS, todo o processo de auditoria foi conduzido com base no Protocolo de Auditoriado Boi na Linha, que estabelece as premissas e orientações. As avaliações foram amostrais, comexceção dos contratos de arrendamentos e da lista do Trabalho Escravo, avaliados para toda a basede GTAs (Guias de Trânsito Animal) recebidas pela equipe de auditoria.
A JBS disse que utiliza há 15 anos um sistema de monitoramento geoespacial para garantir ocumprimento de seus critérios socioambientais no país. Segundo a empresa, seus fornecedores nãopodem atuar em áreas de desmatamento, terras indígenas, unidades de conservação ambiental outerritórios quilombolas; não utilizem mão de obra análoga à escravidão, nem possuam embargosambientais.
A companhia disse apoiar o trabalho de harmonização da auditoria empreendido pelo MinistérioPúblico Federal para os estados do bioma Amazônia e concorda com que todas as empresas que tenhamassinado o TAC da Carne sejam auditadas e para que as indústrias de fora desse acordo setorialtambém sejam acompanhados.
Nenhuma empresa, sozinha, vai resolver as questões socioambientais na Amazônia. Se as milhares defazendas eventualmente bloqueadas continuarem a vender animais para quem não está no acordo,haverá uma lacuna importante. É preciso que o setor tenha regras universais de atuação, enfatizaa diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2025 – Grupo CMA