São Paulo, 14 de maio de 2025 – A Brava Energia divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025,com lucro líquido foi de R$ 829 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 20,7 milhões registrado noprimeiro trimestre de 2024 (1T24), e o prejuízo de R$ 1,028 bilhão do último trimestre de 2024. OEbitda ajustado foi de R$ 1,070 bilhão, queda de 14% em relação ao mesmo período do ano passado,com margem Ebitda ajustado de 37,2%, queda de 6,8% em relação ao 1T24. A receita líquidaconsolidada foi de R$ 2,874 bilhões, alta de 1,8% na comparação com o trimestre anterior. Acompanhia encerrou o trimestre com posição de caixa de aproximadamente US$ 831 milhões.
Às 14h40, a ação da companhia avançava 0,66%, para R$ 19,67.
A XP Investimentos destacou o crescimento da alavancagem da Brava, que atingiu 3,4x ND/LTM EBITDA nofinal do 1T25, um aumento substancial em relação aos 2,8x do trimestre anterior, principalmentedevido ao impacto positivo da rolagem do 1T24 na métrica LTM EBITDA. O limite superior do convênioDívida Líquida/EBITDA da Brava foi temporariamente aumentado (pelo segundo trimestre consecutivo)para 4,0x.
A Genial Investimentos lembrou que a decisão da companhia em manter seus ativos onshore noportfólio não é apenas tática, mas estrategicamente fundamentada na melhora de margem, geraçãode caixa e integração operacional com sua cadeia de gás. O que antes era visto como uma posiçãotransitória, hoje se apresenta como uma fonte adicional de valor e estabilidade para o portfólioenergético da empresa. Sendo assim, a desalavancagem não acontece via esse tipo de medida e devese materializar apenas via evolução orgânica do volume esperado da empresa.
Na teleconferência com os diretores da Brava, foi destacado que seguem o crescimento da eficiênciado ativo na Bahia e também o trabalho para vender o gás produzido nesse ativo. Além disso, acompanhia ressaltou que não pretende realizar seu desinvestimento mesmo em caso de recuperaçãodos preços do petróleo. A meta da empresa é fazer com que o convergir para 1,7×2,3x até 4T25 comdiluição de custos fixos e geração de caixa e monetizar pelo menos R$ 412 milhões em créditostributários até 3T25.
“Em nossa leitura, a venda de parte dos ativos seria interessante não apenas do ponto de vista dadesalavancagem, mas também traria uma referência de valor ao restante do portfólio onshore daempresa, exatamente aqueles que ainda não apresentaram grandes performances no que diz respeito aevolução na produção e que vem consumindo muito do caixa da empresa via investimentos”, explicoua Genial, que recomenda manter a ação.
O Santander ressaltou que a Brava está focada em ajustar o capex/opex para maximizar a geração defluxo de caixa livre (FCF) no curto prazo, como evidenciado pela decisão de reduzir o capex deperfuração em terra, o que deve gerar US$ 450 milhões em capex no ano. Embora a empresa nãoesteja mais buscando a venda de seus ativos onshore na Bahia, a administração vê outras maneiras,além da racionalização do capex/opex, de otimizar sua posição financeira, incluindo amonetização parcial dos recebíveis da Yinson, o que pode ocorrer até o terceiro trimestre desteano.
A administração espera uma produção estável para o restante de 2025, com a desmobilização dassondas de perfuração no 2T25, uma vez que não realizará mais perfurações em terra após o3T25. A perspectiva é que a produção em terra permaneça relativamente estável no futuro, com oesgotamento sendo compensado pela conclusão do projeto do gerador de vapor no Complexo Potiguar epotenciais eficiências de projetos piloto (por exemplo, injeção de nitrogênio e/ou polímeros).Além disso, os custos de extração poderiam ser otimizados por meio da monetização do gásnatural no Recôncavo. O Santander mantém classificação outperform (compra), com preço-alvo deR$ 25/ação.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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