SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cinco dos sete prefeitos de cidades paulistas que disputavam o segundo turno das eleições municipais neste domingo (27) conseguiram se manter no cargo, de acordo com a apuração das urnas feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O caso mais notório é o do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que derrotou Guilherme Boulos (PSOL), e se manteve no comando da maior cidade do país. Com 100% das urnas apuradas, o emedebista obteve 59,35% dos votos contra 40,65% do psolista.
Também Mauá, na Grande São Paulo, vai continuar sendo administrada pelo prefeito Marcelo Oliveira (PT). Com mais de 54% dos votos, ele derrotou o ex-prefeito Átila Jacomussi (União Brasil), que teve pouco mais de 45%. Com o resultado, Marcelo conseguiu quebrar um tabu na política mauaense: apenas um prefeito na história da cidade havia sido reeleito, o também petista Oswaldo Dias, em 2000.
Santos, a principal cidade da Baixada Santista, seguirá também sob o comando de Rogério Santos (Republicanos), que teve cerca de 15 mil votos a mais que a adversária Rosana Valle (PL), deputada federal que pela primeira vez disputou a prefeitura e recebeu 46,63% das escolhas dos eleitores. Em 2020, Santos tinha vencido a disputa ainda no primeiro turno; neste ano, chegou à segunda rodada praticamente empatado com Rosana, mas conseguiu garantir 53,37% dos votos e a reeleição.
No principal município do Vale do Paraíba, São José dos Campos, a prefeitura seguirá sob o comando de Anderson Farias (PSD). Seu adversário era o ex-prefeito Eduardo Cury (PL), que tentava voltar ao comando da cidade, mas ficou com 41,74% dos votos contra 58,26% do líder reeleito. A disputa era emblemática por opor diretamente dois ex-aliados, que desta vez eram apoiados por duas lideranças diferentes: Anderson por Gilberto Kassab, e Cury pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A 400 km de São Paulo, no interior, a cidade de Franca verá Alexandre Ferreira (MDB) pela terceira vez no comando da prefeitura. Funcionário público de carreira, Alexandre governou de 2013 a 2016 o município famoso por sua indústria calçadista. Depois tentou ser deputado federal na eleição de 2018, mas não obteve votos suficientes, voltando a disputar a prefeitura de Franca em 2020, com êxito. Com 58,64% dos votos, ele derrotou neste domingo João Rocha (PL), que conseguiu 41,36%.
Outros dois prefeitos, porém, não conseguiram votos suficientes para seguir no comando de suas respectivas cidades. Em Diadema, José de Filippi Júnior (PT) não conseguiu garantir a reeleição e foi derrotado por Taka Yamauchi (MDB). A disputa na cidade espelhou a divisão política do país, uma vez que Filippi recebeu apoio do presidente Lula (PT), enquanto Yamauchi teve apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais aliados de Bolsonaro. Ao final, o emedebista teve 52,59% dos votos e superou o petista, com 47,41%.
Alvo de um ataque a tiros a dez dias do segundo turno, o prefeito de Taboão da Serra, Aprígio (Podemos), conseguiu votar neste domingo depois de receber alta na noite de sábado (26). Acabou perdendo a disputa pela prefeitura, no entanto, para Engenheiro Daniel (União Brasil).
Este pleito foi a revanche de Daniel contra Aprígio, uma vez que os dois candidatos já tinham se enfrentado nas urnas em 2020, com resultado favorável ao atual prefeito. Desta vez, Daniel conseguiu quase o dobro dos votos do adversário 66,27% a 33,73%.