De 44,5 milhões de empregos formais no setor privado, 10,3 milhões estão no comércio. Quase 3 milhões só em São Paulo

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País terminou o ano de 2023 com 1,5 milhão de vínculos a mais
Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
  • Segundo o Ministério do Trabalho, número de vínculos de emprego cresceu 3,5% (1,5 milhão a mais) sobre 2022. País tem 4,5 milhões de estabelecimentos
  • Dos mais de 10 milhões de vínculos formais no comércio, quase 70% estão no varejo. Apenas o município de São Paulo tem 895 mil empregados
Por Vitor Nuzzi

O estoque de empregos formais no setor privado chegou a 44,5 milhões em 2023, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada na última quinta-feira (12), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em relação ao ano anterior (2022), quando esse número foi de 42,9 milhões, foram 1,5 milhão de vínculos a mais, crescimento de 3,5%. O total de estabelecimentos teve alta de 2,4%, para 4,5 milhões.

Pelos dados da Rais, o comércio somou pouco menos de 10,3 milhões de vínculos (23% do total). Desse montante, quase 70% (7,1 milhões) estão no varejo, 2 milhões (20%) no atacado e 1,1 milhão (11%) no segmento de comércio e reparação de veículos. Apenas no estado de São Paulo, a atividade concentra 2,9 milhões, sendo 895,5 mil na capital.

Os principais grupos de atividade tiveram alta em relação a 2022. O maior crescimento relativo foi registrado na construção civil, com alta de 6,8% (181,6 mil vínculos a mais), seguido de serviços (4,8%, 963 mil), administração pública (3,8%, 175 mil), comércio (2,1%, 212,5 mil), agropecuária (1,9%, 33,8 mil) e indústria (1,4%, 121,3 mil). A única queda observada foi em serviços domésticos (-22,7%, 291 mil).

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Dos mais de 44,5 milhões de vínculos, 58,9% são de homens e quase metade (49,7%), de negros. Por outro lado, o emprego cresceu mais entre as mulheres, com alta de 3,7%, ante 3% para os homens. Os empregados com ensino médio completo representam 58,6% do total, enquanto apenas 15,2% têm ensino superior.

Divulgada anualmente, a Rais é um registro administrativo utilizado pelo Governo Federal para definir políticas públicas, como o pagamento do Abono Salarial. É mais abrangente do que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que é mensal. Segundo o MTE, os dados agora divulgados da Rais são parciais – faltam informações de parte do setor público, que devem sair no último trimestre deste ano. Os resultados são obtidos via eSocial. Todos os empregadores precisam repassar as informações à Rais, assim como MEIs com empregados, autônomos inscritos no CNPJ, empresas públicas ou individuais e órgãos da administração pública.

SETORES – Dos 44,5 milhões de empregos formais, a maior parte dos vínculos está no setor de serviços, com 20,9 milhões de vínculos (47%). Em seguida, vêm comércio (10,2 milhões, 23%), indústria (8,6 milhões, 19,3%), administração pública (4,8 milhões, 10,8%), construção (2,8 milhões, 6,3%), agricultura (1,8 milhão, 4%), outros serviços (1,5 milhão, 3,4%) – inclui artes, cultura e recreação, além de organismos internacionais – e serviços domésticos (990 mil, 2,2%). De acordo com o MTE, em relação à natureza jurídica, a maior parte dos vínculos (38,2 milhões) está em empresas privadas, com crescimento de 3,6% sobre 2022. Em empresas estatais (729 mil), houve queda de 0,3%.

Quanto ao porte do estabelecimento, o maior crescimento anual (4,7%) ocorreu nas empresas com 1 mil ou mais empregados, que concentram 6,6 milhões de vagas formais. Logo depois, vêm as companhias com de 250 a 499 funcionários, que tiveram aumento de 4,6%, chegando a 3,6 milhões de contratados (confira quadro abaixo). A remuneração média cresceu 3,6% no ano e foi a R$ 3.514,24. No recorte por gênero, vai de R$ 3.099,90 (mulheres) a R$ 3.801,47 (homens, que ganham quase 23% a mais do que elas).

Entre os empregados com ensino fundamental, a remuneração média é de R$ 2.568,77, valor que salta para R$ 7.789,06 (203% a mais) aos que têm ensino superior. Entre as Unidades da Federação, São Paulo concentra 30,6% dos vínculos (13,6 milhões). Já os estados com maior crescimento relativo são do Norte/Nordeste: Piauí (alta de 7,3%, indo para 342 mil empregos formais), Amapá (6,8%, 85,5 mil), Tocantins (6,6%, 217,5 mil) e Roraima (6,3%, 72,3 mil).

Vínculo empregatício por tamanho do estabelecimento

Tamanho (número de empregados)VínculosEmpregos
a mais (2022-2023)
Crescimento (%)
De 1 a 44.859.396119.6422,5
De 5 a 94.561.98982.3941,8
De 10 a 195.277.772134.7332,6
De 20 a 496.548.989225.9103,6
De 50 a 994.562.628179.3144,1
De 100 a 2495.223.052194.4003,9
De 250 a 4993.638.649160.2804,6
De 500 a 9993.227.106117.8633,8
Mil ou mais6.569.430296.6674,7
TOTAL44.469.0111.511.2033,5
Fonte: Rais 2023/MTE

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