São Paulo, 29 de abril de 2025 – A Gerdau registrou lucro líquido de R$ 758 milhões no primeirotrimestre de 2025, queda de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 1,2 bilhão). Nacomparação trimestral, houve alta de 13,7%, ante lucro líquido ajustado de R$ 666 milhões.”Ambas as variações são explicadas pelas dinâmicas dos resultados operacionais da Companhia,conforme detalhado na explicação do EBITDA ajustado”, comentou a empresa, no relatório.
A receita líquida foi de R$ 17,3 bilhões no trimestre, 7,2% maior que o visto no mesmo período de2024. No 4T24, a receita foi de R$ 16,8 bilhões, e o aumento trimestral foi de 3,3%. O ebitda(lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia caiu 14,6% noprimeiro trimestre, para R$ 2,4 bilhões, na comparação anual. A margem ebitda ajustada recuou 3,5pontos percentuais (pp) na mesma base de comparação, para 13,8%.
A Genial Investimentos ressaltou que, como já era esperado, a divisão ON América do Norteapresentou desempenho acima do esperado no trimestre, mas com um efeito dual (foi herói e vilão aomesmo tempo). “Embora o resultado da unidade de negócios tenha acelerado na base trimestral emvirtude do sólido crescimento de embarques, por outro lado na base anual teve um desempenhoanêmico, que foi dragado pelo aumento de custos a/a, principalmente pelos gastos com sucatas epatamar mais robusto da taxa de câmbio USD/BRL vs. 1T24 (R$5,85 vs. R$5,08), implicando em níveismais altos de COGS/t convertidos em reais”, explicou a Genial.
Por outro lado, a Genial ressaltou que a incorporação do segmento de aços especiais dentro da ONAmérica do Norte acabou contribuindo com vetor negativo no volume neste trimestre, uma vez que omercado de automóveis nos EUA ainda permanece fraco. Mesmo com essa adversidade, a carteira depedidos apresentou expansão relevante, puxada pelos demais segmentos, encerrando o trimestre acimade 70 dias (estava em 50 dias no 3T24), conforme tendência já apontada em nosso relatório deprévias.
A análise também apontou como negativo a queima de FCF acima do esperado, atingindo R$ 1,3 bilhãoem virtude do alto dispêndio de CAPEX de R$ 1,8 bilhão. “Destacamos que a execução mais lineardo CAPEX ao longo de 2025 impõe disciplina adicional para o cumprimento do guidance. Além disso,vimos que houve divergência entre o CAPEX gerencial de R$ 1,4 bilhão e o impacto no FCF, explicadopor R$ 462 milhões de desembolsos do 4T24 que escorregaram para o 1T25.
O banco de investimentos ressaltou que mantém viés otimista na trajetória do FCF para o restantede 2025, chegando a yield de +15% 2025. “Embora o Capex tenha atingido uma elevação no 1T25 vs.1Ts históricos, a companhia manteve o guidance anual de R$ 6 bilhões, indicando que os próximostrimestres devem registrar menor intensidade relativa de desembolso”, concluiu a Genial, que manteverecomendação de compra, com preço-alvo de R$ 19/ação.
A XP Investimentos disse que os resultados mais fracos no Brasil e as incertezas em torno dosimpactos potenciais das tarifas sobre o comércio global de aço permanecem como uma das principaispreocupações dos investidores. No entanto, embora os riscos de uma desaceleração macro globalnão devam ser negligenciados, a divisão da América do Norte (reforçada pelas indicaçõespositivas da Nucor para os resultados do 2T25) deve continuar em ascensão e pode mitigarparcialmente um ambiente de preços prejudicados no mercado interno. “Reiteramos nossarecomendação de Compra para Gerdau, com a empresa sendo negociada a um valuation assimétrico ecom desconto”, apontou a XP.
O Goldman Sachs manteve recomendação de Compra, considerando a boa posição competitivaestrutural e o potencial para forte geração de FCF (+15%) assim que o investimento se normalizar(após 2027). “Mas a cautela com as elevadas incertezas macroeconômicas e o escopo limitado para oFCF devem manter os investidores afastados no curto prazo”, explicou o Sachs, que apontoupreço-alvo de R$24/ação.
Às 13h30, a ação da companhia avançava 0,45%, a R$ 15,62.
O Itaú BBA disse que os resultados foram marcados por uma melhora sequencial na América do Norte,que compensou a deterioração no Brasil e na América do Sul. “Olhando para o futuro, todos osolhares estão voltados para o equilíbrio entre a melhor sazonalidade no segundo trimestre e noterceiro trimestre e a visibilidade limitada das perspectivas macroeconômicas para o segundosemestre de 2025 para o Brasil e a América do Norte”, detalhou o Itaú, que manteve classificaçãooutperform (compra), com preço-alvo de R$ 23/ação.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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