Economia da Argentina fica estagnada ante o 1º tri, mas cresce na comparação anual

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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina ficou praticamente estagnado no segundo trimestre de 2025 em relação aos três primeiros meses do ano, com queda de 0,1%. Essa foi a primeira variação negativa desde o segundo trimestre do ano passado.

Em relação à demanda, as quedas trimestrais, em termos dessazonalizados, foram registradas nas exportações, com redução de 2,2%; no consumo privado, com corte de 1,1%; e na formação bruta de capital fixo, com diminuição de 0,5%. Por outro lado, o consumo público cresceu 1,1%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2024, período de pior momento da atividade econômica após o programa de ajuste do governo de Javier Milei, a série do Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos) divulgada nesta quarta-feira (17) apresentou alta de 6,3% do PIB no segundo trimestre de 2025.

Dentre os componentes da demanda, o maior aumento foi observado na formação bruta de capital fixo, com 32,1% na comparação anual. Em relação aos setores de atividade, destacam-se os aumentos em intermediação financeira (26,7%), hotéis e restaurantes (17%) e construção (10,6%).

Ainda que o resultado para o PIB na comparação anual seja considerado positivo, analistas ponderam que a economia está em um momento de fragilidade, sobretudo pela queda no consumo e na atividade industrial.

Os juros altos, o aumento da volatilidade cambial e do indicador de risco de investimentos também preocupam, enquanto o governo de Javier Milei se prepara para as eleições legislativas nacionais de metade de mandato, em 26 de outubro.

No começo do terceiro trimestre, o Indicador de Consumo da CAC (Câmara Argentina de Comércio e Serviços) já apontou uma queda mensal de 0,1% em julho. O setor ressaltou que tanto a recente volatilidade do dólar e das taxas, quanto a estagnação ou queda dos salários reais, estão freando as vendas.

“Uma maior incerteza tende a moderar o dinamismo do consumo, uma vez que as famílias adiam as decisões de gastos discricionários e aumentam sua propensão à poupança preventiva. Por sua vez, o nível dos salários medido pelo Indec avançou durante junho em linha com a inflação e não conseguiu ganhar terreno em termos reais, dificultando também o estímulo ao consumo”, disse a CAC em relatório.

O dólar para venda a bancos e casas de câmbio ultrapassou, nesta quarta-feira, o teto da banda de flutuação (de 1.471 pesos) pela primeira vez desde a instituição do sistema de bancas cambiais, em cerca de 1.474 pesos. A moeda já tinha ultrapassado o teto para o varejo (compradores individuais) na segunda-feira (15).

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