Eduardo Bolsonaro diz que Marçal perdeu moral para fazer 'gracinha' e acusar rival de 'cheirador'

Uma image de notas de 20 reais
Do total de candidaturas registradas nas capitais, apenas 40 serão lideradas por mulheres, o que equivale a 20,8% dos candidatos às prefeituras
Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reforçou nesta quarta-feira (21) uma mudança de postura de aliados de Jair Bolsonaro (PL) e partiu para ataques contra Pablo Marçal, dias após acenos do ex-presidente ao candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo.

Em vídeo postado em redes sociais, Eduardo pediu que apoiadores “tomem cuidado”, citou suspeitas que ligam a sigla de Marçal à facção criminosa PCC e associou a conduta do influenciador a uma tentativa de “lacração”.

“Começa a perder um pouco da moral para ficar fazendo aquela gracinha acusando os outros de cheirador. Inclusive falou que havia dois, e um não apontou quem é. Enfim, tem gente que gosta da lacração”, disse.

Marçal tem recorrido ao factoide de associar Guilherme Boulos (PSOL), sem apresentar provas nem indícios, ao consumo de drogas.

O candidato do PRTB disse inicialmente que revelaria que dois concorrentes à prefeitura são “cheiradores de cocaína”. Depois, passou a fazer as insinuações apenas contra Boulos e, mesmo assim, sem lastro em fatos.

Por esse motivo, Marçal acumula, na primeira instância, decisões de remoção de conteúdo de suas contas e de direito de resposta ao candidato do PSOL. Mesmo assim, tem repetido a insinuação em eventos e nas redes sociais.

Eduardo Bolsonaro criticou Marçal por ter cancelado “em cima da hora” uma entrevista ao bolsonarista Paulo Figueiredo e disse que ele poderia ser chamado de “arregão”.

O deputado ainda disse que “muita coisa está mudando” e citou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre articuladores do partido de Marçal suspeitos de trocar carros de luxo por cocaína para o PCC.

Aliados de Bolsonaro têm buscado nos últimos dias reforçar apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), após elogios do ex-presidente a Marçal.

A crise teve início a partir da insatisfação do bolsonarismo com um vídeo do prefeito em apoio a Joice Hasselmann (Podemos) como candidata a vereadora –eleita em 2018 na onda bolsonarista, ela rompeu com o grupo e é considerada traidora.

“É inacreditável como Nunes cava a própria sepultura. Como pode apoiar a maior traidora do bolsonarismo? Ele tem o apoio do PL, mas erra nos acenos, nesta coisa de se mostrar ao centro. É nesse vácuo que o Pablo Marçal tem crescido, por se alinhar com o eleitorado fiel aos nossos valores. Falta diálogo conosco. […] Quero ver o Nunes falando contra o aborto, contra a ideologia de gênero e sobre as perseguições que sofremos pelo Brasil”, afirmou Eduardo Bolsonaro ao jornal O Globo na quarta (14).

Depois, em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, Jair Bolsonaro elogiou Marçal dizendo que ele “fala muito bem, uma pessoa inteligente, tem suas virtudes” e que Nunes não era seu “candidato dos sonhos”.

No final de semana, o ex-presidente mudou de discurso e afirmou à CNN Brasil que Marçal é mentiroso e, em lista de transmissão no WhatsApp, associou o influenciador a “produto estragado”.