SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Empresários de grandes companhias com participação relevante no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro comemoraram a indicação de Gabriel Galípolo para o comando do Banco Central a partir do próximo ano.
Entre os nomes que comentaram o anúncio, que já era esperado pelo mercado, está o sócio-fundador e presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto. Em um breve comentário à reportagem, o empresário disse aprovar o nome. “Muito bem indicado. Gosto dele.”
João Camargo, presidente do conselho da Esfera Brasil, empresa que organiza debates entre políticos e mercado e que foi responsável pela primeira aparição pública de Galípolo, também elogiou a escolha do nome.
Segundo Camargo, em um evento da Esfera no Guarujá em 2022, quando o mercado ainda desconhecia o agora diretor do BC, Galípolo ganhou empresários e banqueiros com suas falas. “Ele ganhou todo mundo. De lá para cá, aprendi a respeitá-lo”, disse à reportagem.
Camargo citou o trabalho de Galípolo como secretário-executivo de Fernando Haddad (PT), no Ministério da Fazenda, no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e citou a habilidade do economista em costurar soluções com o Congresso e em discutir pautas com Haddad.
“Ele sabe seduzir a pessoa. Ele sabe vender seu peixe muito bem sem confronto”, destacou Camargo, que acrescentou que Galípolo tem atributos importante para o Banco Central. Segundo o empresário, ele entende muito bem de economia e tem “mãos firmes”.
Entre os banqueiros, a escolha do nome pelo governo também foi aprovada. O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse que as declarações e ações de Galípolo como diretor de Política Monetária do Banco Central mostram que ele possui uma visão ampla da sociedade, preocupada com o bem maior da economia e do país.
Ele destacou que, embora tenha “temperamento sereno”, o diretor terá papel decisivo para um BC “tempestivo e responsável”.
“[Galípolo] exercerá uma gestão vitoriosa em sua missão principal de manter a inflação sob controle, mas com a visão ampliada das circunstâncias de um Banco Central que ocupa hoje papel central na formação da estabilidade dos mercados”, disse Trabuco.
Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), também destacou a experiência de mais de um ano de Galípolo na diretoria da autarquia.
“Além dos atributos que possui como economista, Galípolo agregou toda essa vivência, especialmente num período que foi muito rico em debates intensos sobre a condução da política monetária”, disse Sidney.
“Vejo que o Galípolo teve um importante aprendizado nessa passagem prévia pelo BC. Basta ver os posicionamentos públicos como diretor, em que tem demonstrado comprometimento com a condução da política monetária naquilo que é essência de um BC independente”, completou.
O diretor-presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, também se manifestou sobre a indicação e afirmou que ela cumpriu com as melhores expectativas do mercado. Noronha diz que o processo de transição está sendo realizado com segurança e tranquilidade, e afirmou que a nova gestão deve ser sólida e robusta.
O banqueiro destacou ainda o trânsito do Galípolo com os diversos agentes da sociedade. “No cargo de diretor de Política Monetária, Galípolo já demonstrou competência técnica e capacidade de interlocução com os mais diferentes segmentos econômicos, o que será fundamental para fortalecer o instituto do Banco Central autônomo”.
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, falou em continuidade do trabalho exercido nas últimas gestões. “Estamos seguros de que Gabriel Galípolo dará continuidade ao elevado nível técnico e mundialmente relevante que tem marcado a gestão do Banco Central ao longo dos anos”, afirmou.