Fiocruz fecha acordo para produzir canetas emagrecedoras no Brasil

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São Paulo, 7 de agosto de 2025 – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS firmaramdois acordos de parceria para a produção de liraglutida e de semaglutida, princípios ativos demedicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. As informaçõessão da Agência Brasil.

Em nota conjunta, a Fiocruz e a EMS informaram que os acordos estabelecem a transferência detecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final paraFarmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.

Inicialmente, a produção dos medicamentos será realizada na fábrica da EMS em Hortolândia (SP)até que toda a tecnologia de produção seja transferida para o Complexo Tecnológico deMedicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

Alta eficácia

As injeções subcutâneas oferecem uma abordagem de alta eficácia e são consideradas inovadoraspara o tratamento de diabetes e obesidade, marcando mais um avanço significativo da indústrianacional no desenvolvimento de soluções de alta complexidade, destacou o comunicado.

Para a EMS, os acordos representam um marco histórico para a indústria farmacêutica brasileira. AFiocruz destacou que unir forças com parceiros públicos e privados permite somar excelência einovação e ampliar seu portfólio de produção.

A Farmanguinhos citou que a produção inaugura a estratégia da Fiocruz de se preparar também paraa produção de medicamentos injetáveis, com a possibilidade de incorporação de uma nova formafarmacêutica, além de fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Controle

Desde junho, farmácias e drogarias começaram a reter receitas de canetas emagrecedoras. Além dasemaglutida e da liraglutida, a categoria inclui ainda a dulaglutida, a exenatida, a tirzepatida e alixisenatida.

A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo demedicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.

Em nota, a agência informou que a medida tem como objetivo proteger a saúde da populaçãobrasileira, especialmente porque foi observado um número elevado de eventos adversos relacionadosao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa.

Uso indiscriminado

A retenção do receituário de canetas emagrecedoras era defendida por entidades como a SociedadeBrasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a AssociaçãoBrasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Em nota aberta, elas citam que o uso indiscriminado desse tipo de medicamento gera preocupaçõesquanto à saúde da população e ao acesso de pacientes que realmente necessitam desse tipo detratamento.

A venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, apesar de irregular, é frequente. A legislaçãovigente exige receita médica para a dispensação destes medicamentos, porém, não a retenção damesma [receita] pelas farmácias. Essa lacuna facilita o acesso indiscriminado e a automedicação,expondo indivíduos a riscos desnecessários, destacou o documento.

Sistema Único de Saúde

Em junho, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde(Conitec) abriu consulta pública para receber opiniões da população a respeito da inclusão dasemaglutida nos serviços públicos de saúde. Manifestações sobre o tema foram recebidas até odia 30 de junho.

As contribuições vão ajudar a embasar um parecer da comissão, recomendando ou não que omedicamento seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A avaliação da Conitec foi solicitada pela Novo Nordisk, farmacêutica fabricante do Wegovy. Emparecer dado em maio, a comissão recomendou a não incorporação do medicamento devido aos custoselevados para a compra, avaliados em até R$ 7 bilhões em cinco anos.

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