São Paulo, 13 de fevereiro de 2025 – Honda e Nissan anunciaram nesta quinta-feira o fim dasnegociações para uma fusão, menos de dois meses após o anúncio inicial. As discussões, quepreviam a combinação das operações até 2026, foram interrompidas após divergências sobre aestrutura do acordo. A Honda, cujo valor de mercado é cerca de cinco vezes maior que o da Nissan,propôs transformar a Nissan em uma subsidiária, o que foi rejeitado pela concorrente. Os CEOs dasduas empresas trocaram críticas públicas, com a Honda argumentando que a autonomia da Nissanpoderia atrasar decisões importantes, enquanto a Nissan afirmou que não aceitaria perder suaindependência. As informações são da agência de notícias “DJ News”.
A Nissan, que também divulgou resultados trimestrais nesta quinta-feira, espera registrar umpequeno prejuízo líquido no ano fiscal que termina em março. A montadora, que já havia cortado9.000 empregos e reduzido sua capacidade global em um quinto, enfrenta dificuldades em seus doismaiores mercados: EUA e China. Com o fim das negociações com a Honda, a Nissan afirmou quebuscará ativamente outras oportunidades de parceria para fortalecer suas finanças e desenvolvernovas tecnologias. Analistas sugerem que a empresa pode buscar apoio de parceiros com recursosfinanceiros e expertise tecnológica.
A Foxconn, fabricante taiwanesa conhecida por montar iPhones e outros produtos da Apple,expressou interesse em colaborar com a Nissan. Young Liu, presidente da Foxconn, disse que estáaberto a uma parceria, mas não pretende adquirir a montadora japonesa. A Foxconn também está emdiscussões com a Renault, parceira de longa data da Nissan, sobre uma possível cooperação. Sobum acordo de 2023, a Renault está reduzindo gradualmente sua participação na Nissan para cerca de15%. Liu mencionou que a Foxconn pode considerar comprar a participação da Renault na Nissan, seisso for essencial para uma parceria. No entanto, o CEO da Nissan, Makoto Uchida, afirmou que nãohá discussões formais em andamento com a Foxconn.
Enquanto busca novos parceiros, a Nissan anunciou planos para reduzir custos em US$ 2,6bilhões, incluindo cortes em operações nas fábricas dos EUA e a eliminação de um quinto doscargos de alta gerência. Desde dezembro, as ações da Nissan têm oscilado, subindo quando osinvestidores veem perspectivas de ajuda de um parceiro financeiramente sólido e caindo quando essasexpectativas diminuem. O fechamento das ações nesta quinta-feira ficou 23% acima do nívelanterior ao anúncio da fusão com a Honda, indicando que os investidores ainda veem esperança deum acordo. A Foxconn, que tem expandido seu mercado de veículos elétricos, espera usar suaexperiência em manufatura para colaborar com montadoras estabelecidas, como a Nissan, em meio aoavanço tecnológico no setor automotivo.
Vanessa Zampronho / Safras News
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