IBP reúne entidades e empresas do setor em seminário sobre gás natural no Rio de Janeiro

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São Paulo, 14 de maio de 2025 – O vice-presidente da Associação Internacional de Gás (IGU, nasigla em inglês), Andreas Stegher, defendeu nesta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, durante oSeminário de Gás Natural, do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o gás natural comoestratégico no processo de “evolução energética”, em um mix com fontes de energia renovávelpara assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível para todos.

O gás natural é essencial para garantir segurança energética para o desenvolvimento global epara melhorar a vida das pessoas, disse o presidente da IGU.

A disponibilidade de renováveis está aumentando no mundo e isso é bom. Mas, temos que entregarenergia 24h por dia e de forma flexível e segura. Por isso, o gás natural é um combustívelessencial para o setor de energia no contexto da transição, disse o executivo da associação querepresenta 90% do consumo de gás no mundo em cerca de 70 países. Stegher vai assumir apresidência da IGU este mês, na Conferência Mundial de Gás, que acontece de 19 a 23 de maio, emBeijing, na China.

O executivo destacou a importância de reconhecer as especificidades regionais para odesenvolvimento do mercado global de gás e nas estratégias de descarbonização. Acho que aindústria brasileira está em um ótimo caminho e há formas de seguir adiante. Precisamos de maisinvestimentos no médio e longo prazo, e para isso acontecer precisamos estabilidade eprevisibilidade das regras e de suporte financeiro, observou Stegher. Estamos ainda numa indústria,onde há declínio natural da produção. Se não investir em nova oferta, há risco de queda deoferta enquanto a demanda continuará aumentando, completou.

Nesse contexto, o presidente do IBP, Roberto Ardenghy, e a Sylvie DApote, diretora executiva de GásNatural do IBP, destacaram a agenda do evento como uma oportunidade para avançar no desenvolvimentodo setor de gás no Brasil. O crescimento do evento acompanha a evolução do mercado no Brasil.Esse evento tem mais de 40 anos. 10 anos atrás tínhamos menos de 200 pessoas. Agora, são mais de800 participantes e 67 palestrantes do Brasil e do mundo que trazem uma visão bem ampla sobre omercado, disse Ardenghy. Aumentou também a presença feminina. Na última edição, quase metade dopúblico foram mulheres. É um sinal dos tempos, observou Sylvie.

Marcio Guimaraes, diretor de Dutos e Terminais da Transpetro, ressaltou que o trabalho vem sendorealizado nas últimas décadas e envolve diferentes atores, incluindo órgãos reguladores,fiscalizadores. Para o executivo, o acesso à infraestrutura da Petrobras tem contribuído para ocrescimento do mercado que está cada vez mais dinâmico, trazendo oportunidades para diversosagentes. Quanto mais integrada for a malha, mais eficiente tende a ser. Precisamos nos conectar, sermais complementares em vez de competidores, afirmou.

Oferta de gás natural

Segundo Álvaro Tupiassu, gerente-executivo de Gás e Energia da Petrobras, os projetos como Rota 3,Raia e SEAP (Sergipe Águas Profundas) vão ampliar a oferta nacional e reduzir as importações.Além disso, hoje temos diversificação de agentes, tanto na oferta como na demanda, o que ajuda adesenvolver novos contratos, disse ele, no painel Crescimento da oferta nacional de gás natural:perspectivas e desafios, que reuniu também executivos da Equinor, PRIO e Associação Brasileirados Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP).

É importante dar continuidade à agenda regulatória e ter uma agência forte que consiga implantaressa agenda. Ter mais agentes é necessário para um mercado mais competitivo, afirmou Claudia Brun,vice-presidente de Novas Cadeias de Valor da Equinor, que lidera a operação do projeto Raia. Já ogerente de Trading e Shipping da PRIO, Gustavo Hooper, destacou o investimento no campo de Wahoo. Éo nosso primeiro investimento em exploração e o projeto terá um conteúdo significativo de gás.Estamos investindo em torno de US$ 5 bilhões, completou.

Já Marcio Felix, presidente da ABPIP, chamou a atenção para a diversidade de produção de gásonshore no país e o crescimento previsto para os próximos anos. Temos a previsão de umaprodução de gás natural em 2028 de 29 milhões de metros cúbicos, quase uma Bolívia em terra.

Vaca Muerta: exportação de 27 milhões m de GNL por dia até 2028

No Painel Competitividade das novas fontes de gás natural importado: Argentina e GNL, o diretorgeral da Pan American Energy, Alejandro Dupuy, disse que a empresa já tem um projeto de dois naviospara liquefação e exportação de GNL para comercializar o gás de Vaca Muerta, na Argentina, parao restante do mundo, com capacidade que pode alcançar 6 milhões de toneladas anuais equivalentes a27 milhões de m3/dia até 2028. Outros quatro navios estão no pipeline da companhia no longo paraexportação de GNL provenientes do gás de Vaca Muerta.

Segundo Marisa Basualdo, gerente jurídica de negócios da TotalEnergies Gas para o Cone Sul,pioneira em trazer o gás de Vaca Muerta para o Brasil, o processo de viabilização do negóciolevou mais de 1 ano e meio. Foram conversas com autoridades e todos os elos do setor paralicenciamento e promoção de workshops com análise de ambientes regulatórios, explicou ela.

Edson Real, diretor comercial da New Fortress Energy, comentou que é fundamental analisar algumasvariáveis, como preço e disponibilidade do gás natural, para alcançar uma demanda firme eintegrar toda região do continente com o gás de Vaca Muerta. Angélica Laureano, diretorapresidente da TBG, destacou que o movimento de migração para o mercado livre foi um incentivoadicional para a entrada de novos fornecedores nos últimos quatro anos para o segmento de gásnatural.

O Seminário de Gás Natural 2025 é patrocinado pela Petrobras, Equinor, Galp, Origem, ShellEnergy, NTS, PanAmerican Energy, Prio, Repsol Sinopec Brasil, TAG, TBG, TotalEnergies, Eneva,Naturgy, Edge, Faveret, Machado Meyer, New Fortress Energy, além da participação do GovernoFederal. O evento ainda conta com os seguintes parceiros de mídia: eixos, Petro&Química e TnPetróleo.

As informações foram enviadas pelo IBP.

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