São Paulo, 11 de fevereiro de 2025 – O IPCA de janeiro subiu 0,16% com relação ao mês anterior,em linha com a projeção do mercado e desacelerando com relação aos 0,52% de dezembro. Com isso,o acumulado em 12 meses passou de 4,83% para 4,56%. ” IPCA de janeiro foi baixo por causa de umfator pontual (o bônus de Itaipu), que fez com que o item ‘Energia elétrica residencial”apresentasse deflação de 14,21%”, avalia Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners.
Fazendo um contrafactual, se não existisse esse tal bônus de Itaipu, o IPCA de janeiro teriaficado em 0,71%. Ou seja, a inflação não teria desacelerado entre dezembro e janeiro, mas ficadomais alta. “Mas, o pior é que esta deflação será compensada em fevereiro, levando o IPCA domês, já impactado pelas mensalidades escolares, subir para algo próximo de 1,30%”, completa Leal.
“Sempre é melhor ter um resultado da inflação baixo e em linha com as projeções do que aocontrário. Entretanto, para a política monetária os ‘meios’ são tão, ou mais importantes, doque os ‘fins’. E os tais ‘meios’ não foram tão bons assim”, acrescenta o economista.
Segundo Leal, mesmo baixo, o IPCA de janeiro não deve alterar a percepção do mercado de que oaperto monetário deve ir além dos 14,25% a.a. já prometidos para a reunião do COPOM de março.”Por enquanto mantemos as nossas projeções de uma Selic chegando a 15,00% a.a. em maio,mantendo-se assim até, pelo menos, o final de 2025, e de um IPCA fechando o ano em 4,9%. Ambos comviés de alta”.
Os dados qualitativos, apesar de terem vindo em linha com as projeções, mostraram aceleração comrelação ao resultado de dezembro. “A Média dos núcleos passou de 0,58% para 0,61%, o maiornível desde fevereiro de 2023, enquanto os Serviços subjacentes passaram de 0,67% para 0,86%, opatamar mais alto desde junho de 2022”, acrescenta.
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