São Paulo, 15 de maio de 2025 – O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 7,4bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25), queda de 23% na comparação com igual período doano anterior. O lucro líquido, por sua vez, somou R$ 6,7 bilhões, 22,8% inferior na mesma base decomparação. O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) foi de 16,7%.Os principais componentes do resultado, segundo a instituição, foram: “margem financeira bruta quetotalizou R$ 23,9 bilhões, influenciada tanto pela elevação da Selic quanto pelo aumento devolumes dos ativos e passivos; custo de crédito que totalizou R$ 10,2 bilhões, influenciado,principalmente, pela continuidade da dinâmica agravada da carteira de agronegócios cujainadimplência alcançou 3,04%; receita de prestação de serviços finalizaram o trimestre em R$8,4 bilhões, com destaque para o crescimento nas linhas de administração de fundos eadministração de consórcios; despesas administrativas somaram R$ 9,5 bilhões, refletindo ocompromisso do Banco do Brasil com o controle das despesas e a agenda de investimentos em tecnologiae inovação”.
A carteira de crédito expandida totalizou R$ 1,3 trilhões, crescimento de 14,4% em um ano e 1,1%no trimestre, com os seguintes destaques:
Pessoa Física: alcançou R$ 335,8 bilhões, crescimento de 6,6% em um ano e 1,2% no trimestre.Ressalta-se o crescimento nas linhas de crédito consignado e nãoconsignado, fruto do amplo relacionamento com os clientes e de desembolso tanto com servidorespúblicos, como pensionistas e aposentados, e no final de março/25, com profissionais da iniciativaprivada no novo produto de Crédito ao Trabalhador.
Pessoa Jurídica: atingiu R$ 459,9 bilhões, crescimento de 22,4% em um ano e 1,6% no trimestre,sendo R$141,3 bilhões para Grandes Empresas, R$ 123,8 bilhões para clientes do segmento MPME e R$74,6 bilhões para clientes Governo.
Agronegócios: alcançou R$ 406,2 bilhões, crescimento de 9,0% em um ano, com destaque para aslinhas de custeio e investimento. Nos noves meses do plano da safra 24/25 (julho/24 a março/25), oBanco do Brasil desembolsou R$ 152,5 bilhões em crédito ao agronegócio. Ainda, há outros R$ 22,0bilhões desembolsados na cadeia de valor do agro. Dessa maneira, em uma visão global, entrecrédito e cadeia de valor, o BB desembolsou R$ 174,5 bilhões nos noves meses da safra 2024/2025ante R$ 179,4 bilhões no mesmo período da safra anterior.
O Capital Principal encerrou março/25 em 10,97%, corroborando a solidez do balanço do Banco doBrasil.
A Margem com Clientes totalizou R$ 20,3 bilhões no 1T25, principalmente, pelo descasamento entre aponta ativa pré-fixada e a ponta passiva pós-fixada. A Margem com Mercado registrou R$ 3,6bilhões no 1T25, influenciada por maiores receitas de derivativos no 4T24.
O índice de inadimplência de mais 90 dias, relação entre as operações vencidas há mais de 90dias e o saldo da carteira de crédito classificada, alcançou 3,9% ao fim do trimestre, um avançode 96 bps na base anual.
No trimestre, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) fechou em 16,7%, uma queda de 498 bps nacomparação anual
Crédito do Trabalhador
“O Banco do Brasil reforça seu compromisso com os trabalhadores ao atingir mais de R$ 3,0 bilhõesem desembolsos no Programa Crédito do Trabalhador, desde o seu lançamento, em 21 de março de2025. Esse marco consolida a atuação do BB na concessão de crédito consignado, proporcionandocondições diferenciadas, conveniência e segurança para milhares de brasileiros. Já foramcontratadas operações em mais de 4,7 mil municípios de todas as regiões do país, reforçando ocompromisso do Banco do Brasil na orientação e assessoria financeira aos trabalhadores, com umaatuação abrangente, inclusiva e diversa. O Banco do Brasil reafirma sua posição como referênciano crédito consignado, apoiando a jornada financeira dos trabalhadores e ampliando as oportunidadesde acesso ao crédito responsável e sustentável.”
Projeções
O Banco do Brasil decidiu pela suspensão das projeções corporativas para as linhas de Custo doCrédito, Margem Financeira Bruta e Lucro Líquido Ajustado para o exercício de 2025. Segundo obanco, “o agravamento da inadimplência de parte da carteira de Agronegócios acima do esperado aolongo de 2025 e sua característica de amortizações concentrada no fim da safra, combinado com avigência das novas regras estabelecidas pela Resolução 4.966/21, notadamente na contabilizaçãode ativos financeiros, dinâmica de reconhecimento de receitas e constituição de provisão sobreos ativos com aumento significativo de risco, implicou em um cenário de maior incerteza sobre asprojeções de Margem Financeira Bruta e o Custo do Crédito, que, por sua vez, afetam diretamente oLucro Líquido Ajustado. Diante disso, o Banco do Brasil decidiu adotar o status “em revisão” paraas linhas mencionadas até que o cenário permita uma avaliação mais consistente da magnitude dosimpactos a serem incorporados nas projeções.
As Projeções Corporativas para os indicadores de desempenho de Crédito (Carteira de Crédito,Pessoa Física, Empresas, Agronegócios e Sustentável) e para os demais itens de natureza comerciale operacional (Receitas de Prestação de Serviços e Despesas Administrativas) permaneceraminalteradas.
Resolução 4.966/21
O BB destacou no relatório que a Resolução CMN 4.966/2021, em vigor desde janeiro, introduziumudanças estruturais na contabilização de ativos financeiros e na constituição de provisãopara perdas esperadas associadas ao risco de crédito. A adoção da norma se deu de maneiraprospectiva, ou seja, seus efeitos não foram retroagidos a períodos anteriores. “A Resoluçãogera mudanças principalmente na forma dos cálculos de perda esperada, no reconhecimento de jurosdas operações de crédito, seja pelo aumento do prazo de accrual das operações inadimplidas de60 para 90 dias, seja pelo reconhecimento pelo regime de caixa das operações no estágio 3, e odiferimento de receitas e custos atrelados a uma operação de crédito a partir da taxa efetiva dejuros. Dessa forma, a comparação com os períodos anteriores não é linear, em especial na margemfinanceira bruta, nas receitas de prestação de serviços e nas despesas com perdas esperadas”,explicou.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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