Maior ritmo de crescimento em 2024 mesmo com desaceleração da atividade no quarto trimestre, aponta SPE da Fazenda

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Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

Porto Alegre, 7 de março de 2025 – O PIB de 2024 cresceu 3,4%, superior à alta de 3,2% verificadaem 2023. O PIB agropecuário recuou 3,2% principalmente devido a menores colheitas de soja e milho.Em contrapartida, o PIB da indústria, amparado pelo forte crescimento da transformação e daconstrução, subiu 3,3%, de 1,7% em 2023. A avaliação faz parte de nota divulgada pela Secretariade Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda.

O ritmo de crescimento do PIB de serviços também aumentou, passando de 2,8% em 2023 para 3,7%,impulsionado por serviços prestados às famílias, pelo comércio e por serviços de informação ecomunicação. Em 2024, o maior ritmo de crescimento refletiu impulsos positivos vindos do mercadode trabalho e crédito, além de políticas de estímulo ao desenvolvimento produtivo esustentável.

Segundo a nota, o forte crescimento da absorção doméstica estimulou as importações, quecresceram 14,7% em 2024, ante recuo de 1,2% em 2023. No ano, destacaram-se o avanço dasimportações de produtos agropecuários, de bens de consumo semiduráveis e duráveis e de bens decapital. Já as exportações desaceleraram de 8,9% em 2023 para 2,9% em 2024, sendo afetadas pelopior desempenho da agropecuária e da indústria extrativa.

O PIB de 2024 foi de R$ 11,7 trilhões, ante 10,9 trilhões em 2023. O PIB per capita cresceu 3,0%,atingindo R$ 55,3 mil.

No quarto trimestre de 2024, o PIB cresceu 0,2% na comparação trimestral com ajuste sazonal. Oresultado veio abaixo da mediana das previsões de mercado (0,4%) e da projeção da SPE (0,4%).Comparativamente ao terceiro trimestre, houve desaceleração no ritmo de crescimento.

Em relação à projeção da SPE, surpreendeu a desaceleração da indústria e serviços. Oresultado observado para o PIB da indústria ficou abaixo do esperado, repercutindo menorcrescimento da indústria extrativa e de transformação comparativamente ao projetado, além daretração em eletricidade e gás, água, esgoto. O PIB de serviços também registrou expansãoinferior à esperada, influenciado, principalmente, pela queda em serviços de informação ecomunicação e atividades financeiras. O PIB agropecuário, por sua vez, veio em linha com asprojeções da SPE.

A taxa de investimento caiu de 17,6% para 17,1% do terceiro para o quarto trimestre, refletindo amenor expansão da formação bruta de capital fixo comparativamente ao avanço do PIB em valorescorrentes.

O crescimento do PIB no quarto trimestre e em 2024 foi marginalmente abaixo do projetado pela SPE nagrade de parâmetros de fevereiro, deixando carrego estatístico de cerca de 0,5% para 2025. Noprimeiro trimestre de 2025, o ritmo de crescimento deverá voltar a subir na margem, desacelerandoem seguida. A expansão da atividade agropecuária deverá ser na casa de dois dígitos,repercutindo principalmente a colheita recorde de soja. O PIB de serviços também deve acelerar namargem no primeiro trimestre, refletindo o reajuste do salário mínimo e o maior ritmo decrescimento de atividades relacionadas à agropecuária, como os transportes e o comércio.

A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimentodeverá se tornar negativa, junto com a redução na expansão de atividades cíclicas. Para asegunda metade do ano, a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo àestabilidade, refletindo menores impulsos vindos dos mercados de crédito e de trabalho em funçãodo patamar contracionista da política monetária. Para o PIB de 2025, a SPE projeta atualmenteexpansão de 2,3%.

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