Mercado vê comunicado do Copom como dovish e taxas fecham em forte queda

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 30 de janeiro de 2025 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros(DIs) fecham em firme queda impactadas pela decisão de ontem do Comitê de Política Monetária(Copom) de elevar a Selic (taxa básica de juros) em mais 100 p.p. como esperado pelo mercado.

Os Treasuries (Títulos do Tesouro norte-americano) também caem após decisão do Federal Reserve(Fed, o banco central norte-americano) de manter os juros no mesmo patamar.

“A sinalização do Copom foi bem dovish… E ainda teve Caged pra baixo e os pedidos deseguro-desemprego, nos Estados Unidos. Isso tudo alivia bem a curva [dos juros], diz o analistaanalista da Potenza Capital, Bruno Komura.

A economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, discorda: “Com +100 bps de alta no guidance,não acho que o comunicado do Copom foi dovish e o risco da atividade desacelerar existe. Cageddezembro mostrou queda de vagas de 535 mil, contra expectativa de -405 mil.”

O saldo de empregos em 2024 (janeiro a dezembro) teve um crescimento de 16,5% em relação ao saldoregistrado de 2023, segundo os dados do emprego formal divulgados nesta quinta-feira (30) peloministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Já nos Estados Unidos, o número de novos pedidos deseguro-desemprego nos Estados caiu em 16 mil para 207 mil na semana encerrada em 25 de janeiro. Aprevisão era de 228 mil pedidos.

Lá fora, o Fomc manteve os juros em 4,25-4,50% a.a.também conforme esperado. Na entrevista, Powellcomentou sobre a estabilidade no mercado de trabalho, onde taxas de desemprego se mantêm estáveise as condições estão equilibradas, sem sinais de superaquecimento. Sobre a inflação, índicesmais recentes apresentaram leituras mais positivas.

“Em suma, o cenário atual da economia indica que a política monetária está bem calibrada e nãohá necessidade de haver pressa para novos ajustes. Assim, futuras alterações nos jurosdependerão de evidências claras de avanço no combate à inflação ou de sinais consistentes defraqueza no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, o Fomc está em modo de observação, aguardando osimpactos das políticas tarifárias, de imigração, fiscais e regulatórias”, na visão de ÉtoreSanchez, economista-chefe da Ativa.

Por volta das 16h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,845 de15,180% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,925%, de 15,375%, o DIpara janeiro de 2028 ia a 14,800%, de 15,230%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,770% de15,115% na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 5.8671 para venda.

Camila Brunelli / Safras News

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