Mesmo com guerra comercial, reação inicial às tarifas não necessariamente define tom para 2025 - Capital Economics

Uma image de notas de 20 reais

São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 – Para Hubert de Barochez, economista sênior de mercados daCapital Economics, a reação do mercado às tarifas impostas pelos EUA mostra que, apesar dapreocupação com uma possível guerra comercial, o impacto inicial pode não definir o tom para orestante de 2025. O presidente Donald Trump anunciou tarifas sobre importações do México e doCanadá no fim de semana, mas as medidas foram adiadas após negociações com a presidente mexicanaClaudia Sheinbaum e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau. “Isso causou volatilidade nosmercados financeiros dos EUA, com oscilações nos rendimentos dos títulos do Tesouro e no índiceS&P 500”, afirma.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA inicialmente caíram, refletindo um movimento debusca por segurança e preocupações com o impacto econômico das tarifas, apesar do temor de maiorinflação. “No entanto, a queda foi mais acentuada nos títulos de longo prazo, enquanto osrendimentos de curto prazo mostraram menor variação. Isso indica que o mercado ainda não vê astarifas como uma ameaça significativa à economia ou à política monetária do Federal Reserve”.

O mercado de ações dos EUA caiu com a notícia da imposição de tarifas, e os mercadosglobais tiveram um desempenho semelhante ou pior, especialmente devido à valorização do dólar.”No entanto, os investidores parecem céticos de que esse seja o início de uma guerra comercialprolongada, já que a queda no S&P 500 foi modesta em comparação com episódios passados. Apesarda perspectiva negativa para o comércio global, as ações americanas ainda podem se beneficiar doentusiasmo crescente com a inteligência artificial”, continua.

Além das tarifas sobre México e Canadá, Trump também anunciou novas tarifas sobreimportações da China. Embora uma conversa entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping possalevar a um adiamento dessas medidas, isso provavelmente será apenas um cessar-fogo temporário. “Aretórica de Trump em outras questões, como Panamá e Groenlândia, indica uma preocupaçãoindireta com a China, e novas propostas para reduzir o déficit comercial dos EUA devem serapresentadas em abril, provavelmente mirando Pequim”.

Dessa forma, o alívio temporário observado nos mercados chineses pode não durar, pois háindícios de que a administração Trump pretende ampliar as restrições comerciais. “A imposiçãode uma tarifa universal de 10% sobre importações ainda é esperada, o que pode impactarnegativamente os mercados globais. No entanto, os investidores acreditam que as ações americanascontinuarão a crescer devido a fatores estruturais, como o avanço da inteligência artificial”,conclui.

Vanessa Zampronho / Safras News

Copyright 2025 – Grupo CMA

MAIS LIDAS

Voltar ao topo