São Paulo, 30 de janeiro de 2025 – O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, voltou acriticar a política do Banco Central (BC) de aumento na taxa básica de juros da economia, a Selic.Na avaliação do ministro, o controle da inflação não deve ser feito apenas com aumento na taxade juros, com consequente restrição ao crédito e contração da atividade econômica, mas tambémpelo aumento da produção.
Nesta quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou mais uma vez os juros,por unanimidade, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. A elevação havia sido anunciada nareunião de dezembro.
O combate a inflação não se dá apenas pela restrição ao crédito e aumento de juros, mas sedá também pelo aumento da produção para poder controlar a inflação a partir da oferta e nãopela restrição, avaliou nesta quinta-feira (30) Marinho durante coletiva para apresentar oresultado da geração de empregos no Brasil, que fechou o ano de 2024 com saldo positivo de1.693.673 empregos formais.
Essa foi a quarta alta seguida da Selic. A taxa está no maior nível desde setembro de 2023, fixadaem 13,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Entre osargumentos do BC para justificar a alta, apontou a alta recente do dólar e as incertezas em tornoda inflação e da economia global.
É evidente que tem que considerar os impactos do governo norte-americano, o impacto internacional.Mas é preciso observar também como os setores da economia brasileira têm que se comportar,olhando as oportunidades da economia brasileira e da capacidade de consumo do povo brasileiro, emmantendo a empregabilidade e o salário crescente, afirmou o ministro.
“O salário no Brasil ainda é muito baixo, por mais que tenha empresário que ache que o salárioestá alto, na minha opinião, os salários no Brasil são baixos, e há espaço para continuarcrescendo sem gerar impacto inflacionário”, defendeu.
Em relação à economia brasileira, o Copom manteve análises anteriores de que está aquecida, coma inflação cheia e os núcleos – medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos eenergia – acima da meta de inflação, e que as incertezas sobre os gastos públicos provocaramperturbações nos preços dos ativos.
O comitê argumenta ainda que segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da políticafiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros e que a percepção dos agentes domercado financeiro sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando os preçosde ativos e as expectativas dos agentes.
O mercado tem que assumir responsabilidade de olhar a economia brasileira, que é uma economiasaudável. O Brasil não está em dificuldade de garantir os seus compromissos e, portanto, não hápor que ter essa histeria dessa necessidade de aumentar os juros nesse patamar, criticou Marinho.”Espero que o chamado mercado assuma responsabilidade de ajustar as coisas e de não forçar abarra, como forçou no final do ano, na especulação que elevou o valor do dólar”, emendou.
Na reunião desta quarta-feira, o Copom confirmou que elevará a Selic em 1 ponto percentual nareunião de março, mas não informou se as altas continuarão na reunião de maio, apenas queobservará a inflação.
Continuarei crítico a essa decisão e não entendo porque já há um novo contrato para novoaumento dos juros. É um absurdo. É preciso que a direção do Banco Central avalie e reavalie apossibilidade de não executar esse aumento de mais um ponto nos juros do Brasil, disse.
Na avaliação do ministro, os sucessivos aumentos na Selic impõem duras restrições à atividadeprodutiva, em razão do encarecimento do crédito e também ao orçamento público. Segundo ele,alguns setores, como o da construção civil, avaliam que a dinâmica dos juros não vai impactartanto a atividade ao longo do ano, porque a maioria dos contratos já está assinada e tem que serexecutados. A percepção sobre o impacto negativo do aumento dos juros na economia evolui para2026.
Para este ano está contratado e será executado, mas ao manter essa política de juros isso vaiimpactar os contratos de 2026. Acho que a direção do Banco Central tem que ter essaresponsabilidade sobre o papel que os juros têm. Ele [os juros] traz um papel dramático noorçamento público, porque ele encarece as despesas e inibe investimentos. Mesmo empresas que,inicialmente, anunciaram investimentos, elas podem postergar se a taxa de juros continuar crescente,observou.
O presidente [do Banco Central Gabriel] Galípolo e sua diretoria vão ter que assumirresponsabilidades e trabalhar para não entrar na mesma rotina de aumento de juros que vão sangrare sacrificar o orçamento público, defendeu o ministro.
As informações são da agência Brasil.
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