[AGÊNCIA DC NEWS]. Mercados de trabalho fortalecidos e inflação mais branda aceleraram o consumo, com aumento do salário real na América Latina, além de programas de transferência de renda, diz a Moody´s. No entanto, segundo a agência, fatores internos e externos – em especial, com a posse do governo Donald Trump nos Estados Unidos – podem mudar esse cenário em 2025. No Brasil, especificamente, o emprego em alta, o recente aumento de preços e preocupações sobre a capacidade do governo de controlar os gastos fiscais aumentaram os riscos inflacionários, levando o Banco Central a retomar as altas de juros. Mais aumentos são esperados para o ano que vem, lembra a Moody´s.
Os riscos domésticos persistem na região, acrescenta a agência. “Os governos do Brasil, Colômbia e México estão lutando para reduzir seus gastos fiscais, o que pode complicar os esforços de seus bancos centrais para relaxar a política monetária”, disse a agência. “As recentes reformas jurídicas do México e possíveis mudanças nas entidades reguladoras ameaçam enfraquecer o ambiente operacional de negócios do país” Na Colômbia, o aumento do ruído político e a incerteza sobre a direção das políticas prejudicaram a confiança dos investidores domésticos. Já o Brasil é apontado como o único país onde o BC está “revertendo o ciclo de relaxamento monetário”.
“Os ratings de empresas com foco em consumo no México, Brasil e Chile melhoraram, em consequência do fortalecimento de seus fundamentos”, afirmou a agência em relatório. “Entre essas empresas, a proporção das elevações de rating por emissor começou a superar o número de rebaixamentos pela primeira vez desde o final de 2022.” O consumo privado é “mais robusto” no México e no Brasil e “mais frágil” no Chile e na Colômbia. A Moody´s vê o mundo se aproximando do uma nova “normalidade macroeconômica”, mas também destaca a troca de governo nos Estados Unidos, em janeiro. Segundo a análise, “as mudanças na política dos EUA e fatores idiossincráticos entre diferentes países latino-americanos influenciarão o crescimento e o comportamento do consumidor em 2025”.
O relatório ressalta o papel dos programas sociais, aliado ao mercado de trabalho, que têm sustentado o consumo. “O governo federal aumentou significativamente as transferências de recursos desde a pandemia”, diz a Moody’s. A agência de classificação de risco afirma que o valor total gasto em tais programas de auxílio agora é várias vezes maior do que o montante gasto em 2021. No campo externo, o fortalecimento do dólar atinge economias dos países emergentes. “Nos últimos meses, as moedas se depreciaram significativamente no Brasil e no México, e em menor medida no Chile e na Colômbia.”