Morre aos 79 anos o escritor e consultor de empresas Stephen Kanitz

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu nesta segunda-feira (24) em São Paulo o consultor e escritor Stephen Kanitz, aos 79 anos.

Bacharel e doutor em ciências contábeis pela Universidade de São Paulo, ele era professor na Faculdade de Economia e Administração da mesma universidade e tinha mestrado em administração por Harvard.

Kanitz foi colunista da revista Veja e ganhou projeção pública como consultor de empresas, especialista em balanços e como um crítico da situação da Previdência Social e das políticas econômicas dos governos de esquerda.

Em 1995, foi premiado com o Jabuti na categoria de não ficção com o livro “O Brasil que dá Certo”, em que tratava do que considerava ser um ciclo de crescimento do Brasil, a partir de dados, números e exemplos, e indicava como as empresas poderiam aproveitar a onda, com projeções até 2005.

Kanitz também publicou, em 2011, um livro que pretendia ser um guia para relações familiares, “Família Acima de Tudo”. Ele também assinou publicações sobre a missão do administrador em empresas e coletâneas de artigos.

O consultor idealizou, em 1997, o prêmio Bem Eficiente, que premiava organizações por ações de responsabilidade social, e vinha se dedicando, nos últimos anos, ao Thinkers Brasil, uma plataforma de apoio a think tanks que pretendia conectar “impactos transformadores da sociedade brasileira, de forma positiva e duradoura”.

Kanitz era um crítico da esquerda. Em sua última publicação na plataforma LinkedIn, há um mês, escreveu que o “capitalismo inclusivo não é o inimigo dos trabalhadores. É a ferramenta que pode, finalmente, libertá-los.”

Em agosto, escreveu no blog que mantinha que, no dilema do tarifaço imposto por Donald Trump às exportações brasileiras, o governo Lula não teria chances de avançar.

“Estamos mandando uma equipe de amadores para enfrentar profissionais. Gente que nunca negociou nada relevante na vida nem aluguel. E acreditamos que vão trazer bons acordos? Isso não é política externa. É roteiro de comédia.”

Kanitz também fazia críticas à direita brasileira, que, segundo ele, “abandonou seu patrimônio mais valioso: o discurso da conduta humana, do não mentir, não roubar, não abandonar a família, não ser um peso na velhice, e centenas de outros princípios que organizam sociedades prósperas e coesas.”

O site da plataforma Thinkers e o blog que o consultor mantinha estão com uma faixa preta, em indicação de luto. A causa da morte de Kanitz não foi informada.

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