Brasileiro diz que desenvolvimento sustentável é essencial, mas avalia mal governos, empresas e ele próprio

Uma image de notas de 20 reais
Levantamento traz também as empresas mais bem colocadas na métrica Ipsos
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  • Um a cada quatro brasileiros diz que não leva em conta se o produto ou serviço é ambientalmente responsável na hora da compra
  • Para 77% dos entrevistados, as companhias devem absorver o custo da sustentabilidade sem repassá-lo aos consumidores
Por Bruna Galati

Uma notícia péssima. Uma boa. Outra péssima. De forma resumida, é assim que pode ser resumida a pesquisa ESG 360º, feita pela Ipsos. A primeira péssima: apenas 23% dizem que vai Bem/Muito Bem o progresso do desenvolvimento sustentável no Brasil. A boa: 96% dos entrevistados afirmam que o desenvolvimento sustentável é importante para o país. A outra péssima: apenas um a cada três brasileiros dizem saber o significado do termo ESG (ambiental, social e governança). Em resumo, uma completa e paradoxal fotografia mostrando que a gente desconhece o significado de um tema que julgamos importante, e não apostamos que o Brasil esteja fazendo a coisa certa em relação a ele. Foram ouvidas 5 mil pessoas.

Isso mesmo. E no caso a culpa é de todo mundo. Dos governos. Das empresas. Dos próprios cidadãos. Quando perguntados sobre como cada um desses extratos deveria ser avaliado “na tarefa de alcançar um desenvolvimento sustentável no Brasil?”, as respostas se aproximaram. Em relação ao Estado, 42% responderam Mal-Muito Mal e 19% disseram Bem-Muito Bem, resultando num saldo de negativo de 23 pontos. Em relação aos Cidadão, os porcentuais foram 39% (Mal-Muito Mal) e 21% (Bem-Muito Bem), com saldo negativo de 18 pontos. As Empresas se saíram menos pior: 34% (Mal-Muito Mal) e 23% (Bem-Muito Bem), com saldo negativo de 11 pontos. O governo tem mais culpa, as empresas menos, a sociedade civil outro tanto, mas em resumo ninguém faz o suficiente.

A pesquisa também mostrou a avaliação sobre a contribuição positiva ou não de 16 setores para o desenvolvimento sustentável. Apenas três ficaram na linha de contribuição negativa – automotivo (-2 pontos), Petróleo & Gás (-6) e Mineração (-17%). Na ponta oposta, entre os que melhor contribuem, aparecem Cosméticos & Cuidado Pessoal (+18 pontos) e outros três empatados em segundo lugar: Agronegócio, Tecnologia e Alimentos & Bebidas (todos com +16).

Escolhas do Editor

CONSUMIDORES – Outro ponto relevante trata da relação de empresas e consumidores com o tema. Para 77% dos entrevistados, as companhias devem absorver o custo da sustentabilidade sem repassá-lo aos clientes. O índice é maior entre os mais velhos (81% nos baby boomers) e menor entre os mais jovens (74% na Geração Z). Entre todos os consumidores, de qualquer faixa, 57% disseram que compram produtos ambientalmente responsáveis se tiverem um bom preço e 18% mesmo que estejam mais caros. Mas ainda um a cada quatro brasileiros diz que não leva em conta se o produto ou serviço é ambientalmente responsável.

Por fim, utilizando metodologia e dados próprios, a Ipsos criou uma matriz para ranqueamento de empresas no espectro ESG, o Índice de Percepção de Sustentabilidade Empresarial. O ranking traz os dez primeiros colocados, além dos cinco primeiros para cada uma das três dimensões do ESG (ambiental, social e governança).

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Ranking geral

1- Natura (715 pontos)

2- Johnson & Johnson (696) 

3- Tramontina (690)

3- Nestlé (690)

5- O Boticário (688)

5- PepsiCo (687)  

7- Faber-Castell (677)

8- Microsoft (669)

9- Amazon (667)

9- Grupo Pão de Açúcar (667)

11- Spotify (666)

12- Avon (659)

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Dimensão Ambiental

1- Natura (740)

2- Johnson & Johnson (700) 

3- O Boticário (694)

4- Faber-Castell (693)

5- Tramontina (686)

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Dimensão Social

1- Natura (704)

2- Nestlé (693)

3- PepsiCo (691)

4- Tramontina (690)

5- Johnson & Johnson (686)

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Dimensão Governança

1- Natura (702)

2- Johnson & Johnson (700) 

3- Tramontina (695)

4- Nestlé (693)

5- Amazon (685)

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