No aniversário de São Paulo, Centro ganha espaço musical na Estação Júlio Prestes

Uma image de notas de 20 reais
Espaço, no saguão da estação ferroviária, terá capacidade para até 543 pessoas
(Alexandre Silva/Divulgação)
  • Abertura da Estação CCR das Artes terá apresentação gratuita da Orquestra Sinfônica do Estado. Ingressos estarão disponíveis a partir de terça-feira (21) na internet
  • Cidade tem também, desde setembro, novo centro cultural: a Casa Bradesco, onde funcionava o Hospital Matarazzo, na região da avenida Paulista
Por Vitor Nuzzi

[AGÊNCIA DC NEWS]. A Estação CCR das Artes será aberta ao público no sábado (25), durante as comemorações pelos 471 anos da cidade de São Paulo. A partir das 20h30, haverá apresentação gratuita da Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp), além de “intervenções musicais” da São Paulo Big Band e do coro da Osesp, declamação de poesias pelo ator Odilon Wagner e performances circenses. Os temas escolhidos remeterão a trens, já que se trata de uma antiga estação ferroviária, aberta no final dos anos 1930. Antes, às 17h, está prevista sessão especial para convidados, com a presença do governador Tarcísio de Freitas. Segundo a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado, ingressos para a sessão gratuita estarão disponíveis a partir de terça-feira (21), ao meio-dia, no site salasaopaulo.art.br. Ainda não há programação definida para depois da abertura.

O novo espaço fica no saguão (também chamado de concourse) da antiga Estação Júlio Prestes, inaugurada em 1938. Ainda estão lá os vitrais da Casa Conrado, ateliê fundado em 1889 pelo artesão alemão Conrado Sorgenicht. O espaço fará parte de um complexo que inclui, além da própria Osesp e seu Coro, a São Paulo Escola de Dança, a Pinacoteca (que está completando 120 anos) a Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) Tom Jobim. (O maestro carioca, por sinal, nasceu em um 25 de janeiro.) A plateia, modular, terá capacidade para até 543 pessoas. Segundo a secretaria, o local “terá programação voltada para as músicas clássica e popular, dança, o teatro, literatura e o cinema, além de atividades educacionais”. O projeto arquitetônico foi do escritório de Nelson Dupré, também responsável pelo restauro da própria Sala São Paulo, inaugurada em 1999.

A Estação CCR é resultado de parceria, firmada em dezembro, entre a Secretaria da Cultura, o Grupo CCR e a Fundação Osesp. O contrato de patrocínio do grupo empresarial tem duração de três anos e foi fechado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei 8.313, de 1991), mais conhecida como Lei Rouanet. A empresa investiu R$ 15 milhões pelos naming rights do local. “Parcerias como esta são essenciais para a revitalização do Centro de São Paulo e para ampliar o acesso à cultura, oferecendo espaços de qualidade para a população e promovendo impacto positivo tanto cultural quanto econômico”, afirmou a secretária Marília Marton. A CCR também é responsável pelo restauro da Júlio Prestes, o primeiro desde que a estação foi inaugurada, há 87 anos. A estação integra a Linha 8-Diamante, da ViaMobilidade (do mesmo grupo).

Escolhas do Editor

BRADESCO MATARAZZO – Outro ponto cultural recentemente aberto é a Casa Bradesco Cidade Matarazzo, inaugurada em 15 de setembro com a mostra Inflamação, do indo-britânico Anish Kapoor, que vai até 9 de março, com curadoria de Marcello Dantas. Os ingressos podem ser adquiridos por meio do aplicativo Mata App. O espaço fica na alameda Rio Claro, 190, a 300 metros da avenida Paulista, perto da estação Trianon Masp. São quatro ambientes (salas Aqui, Ali, Acima e Abaixo) em 5 mil metros quadrados. Funciona de terça a sexta, das 12h às 21h, aos sábados e feriados das 10h às 22h e aos domingos das 10h às 18h, sempre com a entrada permitida até uma hora antes. Às terças a entrada é gratuita, mediante reserva no aplicativo.

Naquele local funcionou o Hospital e Maternidade Umberto I, também conhecido como Hospital Matarazzo, aberto em 1904 pela Società Italiana de Beneficenza in San Paolo. O imóvel foi tombado em 1986 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) e em 1991 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Encerrou atividades em 1993, trocou de mãos, passou por ocupação e agora redescobriu sua finalidade: oferecer cultura.

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