SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a saída dos outros candidatos da corrida à Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) agora herdam a maioria das intenções de voto de seus respectivos padrinhos políticos para o segundo turno, mostra pesquisa Datafolha.
Nunes marca 85% entre os eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, antes divididos entre ele e Pablo Marçal (PRTB). Na véspera do primeiro turno, o influenciador atraía 49% desse grupo e o prefeito, 36% os números não são comparáveis, já que antes incluíam mais candidatos.
Boulos, por sua vez, tem 63% dos apoiadores de Lula (PT), enquanto o prefeito tem 31%. O psolista liderou as pesquisas nesse segmento durante toda a campanha, ampliando sua presença até atingir 50% do eleitorado do petista um dia antes do pleito, com o restante pendendo mais a Nunes e a Tabata Amaral (PSB).
O resto dos eleitores de Bolsonaro, os que não pretendem votar em Nunes, dizem principalmente que vão anular o voto (9%). Outros 4% vão migrar para Boulos e 2% não sabem. Já entre os apoiadores do atual presidente, a parcela dos que querem anular o voto é de 4% e os indecisos, 2%.
Os esforços de Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela campanha do prefeito mostram resultado: 83% dos que votaram no atual governador nas últimas eleições gerais vão optar pelo emedebista, e 7%, pelo psolista. Entre quem escolheu Fernando Haddad (PT) na época, a preferência é por Boulos (66%), mas Nunes tem 29%.
No cenário geral do levantamento, Nunes saiu na frente, com 55% das intenções de voto, contra 33% do deputado. Outros 10% dizem que votarão em branco ou nulo e 2% não sabem.
Encomendada pela Folha e pela TV Globo, a pesquisa entrevistou presencialmente 1.204 pessoas e está registrada na Justiça Eleitoral sob o código SP-04306/2024. A margem de erro geral é de três pontos percentuais e sobe para quatro pontos nos segmentos específicos entre eleitores de Lula e Haddad, e cinco entre eleitores de Bolsonaro e Tarcísio. O nível de confiança é de 95%.
Os dois rivais agora tentam atrair principalmente o público de Marçal, que disse que não apoiará ninguém no segundo turno, e de Tabata, que anunciou voto no psolista. Para isso, investem, por exemplo, em propostas voltadas ao empreendedorismo, como mostrou a Folha de S.Paulo.
Boulos incorporou ao seu plano de governo o projeto Jovem Empreendedor, ideia da deputada, e Nunes vai enfatizar programas implementados em sua gestão, como o Meu Trampo. Em sua campanha, Marçal tratou o tema do fomento às empresas como um mantra, o que o ajudou a penetrar bairros de classe média que deram vitória a Bolsonaro e Tarcísio nas últimas eleições.
A corrida ao primeiro turno foi marcada por uma divisão do eleitorado de direita e por idas e vindas de Bolsonaro em relação a Nunes e Marçal. Isso se refletiu nas pesquisas, com os apoiadores do ex-presidente ora pendendo para um lado, ora para outro.