País planeja taxar navios ligados à China e pressionar aliados a fazer o mesmo - Reuters

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São Paulo, 7 de março de 2025 – Os Estados Unidos estão preparando uma ordem executiva paraimpor taxas sobre navios que atracam em portos americanos e que façam parte de frotas que incluamembarcações construídas ou registradas na China. A medida visa revitalizar a indústria navaldoméstica e reduzir a influência chinesa no setor global de transporte marítimo. Aadministração do presidente Donald Trump também pressionará aliados a adotarem medidassemelhantes, sob risco de retaliação dos EUA. A proposta reflete preocupações com a dominânciachinesa no setor marítimo e a diminuição da capacidade naval americana.

A China responde por mais de 50% da capacidade global de construção de navios de carga, umaumento significativo em relação aos 5% registrados em 1999. A ordem executiva, datada de 27 defevereiro e revisada pela agência Reuters, propõe taxar qualquer navio que entre em portosamericanos se ele pertencer a uma frota que inclua embarcações chinesas. Grandes empresas detransporte marítimo, como COSCO, MSC, Maersk e Evergreen Marine, podem ser afetadas. A MSC, porexemplo, já sinalizou que pode reduzir o número de portos americanos que visita para evitar custosadicionais.

A ordem executiva também exige que autoridades americanas pressionem aliados e parceiros aadotarem medidas semelhantes, sob risco de enfrentarem retaliações comerciais. Além disso, os EUAplanejam impor tarifas sobre equipamentos chineses de manuseio de carga. O documento destaca que aspráticas comerciais desleais da China nos setores marítimo, logístico e de construção navalrepresentam uma ameaça à segurança nacional e à prosperidade econômica dos Estados Unidos.

Enquanto isso, empresas do setor já começam a se adaptar. A CMA CGM, terceira maior empresa detransporte de contêineres do mundo, anunciou planos para expandir sua frota de bandeira americanade 10 para 30 navios nos próximos quatro anos. A empresa, que faz parte de uma aliança com aCOSCO, alertou que as taxas propostas afetariam todas as empresas de transporte marítimo. A medidados EUA reflete uma estratégia mais ampla para combater a influência chinesa no comércio global,mas seu impacto final dependerá da adesão de aliados e da resposta do setor privado.

Vanessa Zampronho / Safras News

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