SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após a Justiça Eleitoral defender a suspensão das redes sociais, Pablo Marçal (PRTB) convocou seguidores a postarem sobre o caso e disse que a “perseguição” que sofre irá ajudá-lo a se eleger prefeito de São Paulo.
“Quero pedir pra todos vocês, agora, que gravem vídeos nos Instagrams de vocês, no YouTube de vocês, todo mundo grave vídeo e posta assim ó, Marçal Prefeito de São Paulo e coloca assim ó, vão derrubar as redes do Marçal”, disse, antes de participar de motociata em Itaquera, na zona leste de São Paulo.
“Coloca pressão, porque o sistema inteiro se assusta. Presta bem atenção, pra quem tá chegando aqui agora. Toda perseguição acelera o processo. Então, ai de vocês que não entendem isso, por favor, cumpra a decisão que acabou de sair na liminar, derruba as minhas redes sociais, vocês vão ver eu aparecer até dentro da sua geladeira”, afirmou.
MOTOCIATA
O recurso à motociata emula mais uma imagem associada ao bolsonarismo, em uma estratégia de Marçal que tem irritado aliados do ex-presidente.
Ao longo dos últimos meses, o influenciador tem ativado símbolos que são caros para o eleitor do ex-presidente, como a defesa da família, a presença em redes e a adjetivação de adversários como comunistas e socialistas.
Ao fazer isso, aproveita-se do baixo entusiasmo de apoiadores de Bolsonaro com a candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Oficialmente candidato do ex-presidente, que indicou para a vice o ex-Rota Ricardo Mello Araújo (PL), Nunes não empolga os aliados de Bolsonaro por ser visto como alguém que evita o confronto e que não é verdadeiramente alinhado às pautas do grupo.
A estratégia do candidato do PRTB tem dado certo. Entre bolsonaristas, Marçal tem 46% na pesquisa Datafolha contra 26% de Nunes. Há duas semanas, o emedebista estava à frente, com 37% a 25%.
Para reverter o movimento, a campanha de Nunes agora aposta na briga entre o influenciador e a família Bolsonaro, que envolveu uma série de ações de bastidores, além de um descontentamento com o empresário.
Aliados do ex-presidente afirmam que incomodou a atitude dúbia e enganosa do influenciador, que quer parecer próximo de Bolsonaro, mas não o apoiou em 2022. Marçal foi descrito por políticos bolsonaristas como estelionatário e duas caras.
Além disso, as acusações que pesam sobre Marçal, como a condenação por integrar uma quadrilha de fraude bancária e os elos com suspeitos de fazerem parte do PCC, levaram Bolsonaro a querer distância.
Por fim, pessoas próximas ao ex-presidente apontam ainda que Marçal representa um risco na eleição presidencial de 2026 e que o influenciador estaria usando a eleição municipal apenas com o objetivo de se cacifar para o Palácio do Planalto.