PF e Receita miram esquema de fraude em importação de smartphones com prejuízo de R$ 50 mi

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta terça-feira (1º), uma operação contra um esquema de importação e comércio fraudulento de smartphones, comandado por um influenciador digital. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 50 milhões.

A operação iFraud cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Guarulhos, Barueri, São Paulo, Sorocaba, Itu e Arujá, no estado de São Paulo, e em Maceió (AL).

A Receita Federal não informou o nome do influenciador em razão do “sigilo fiscal imposto pelo código tributário nacional”.

O esquema foi descoberto após a Receita Federal identificar um influenciador digital que ensinava seus mais de 650 mil seguidores no Instagram e 250 mil no YouTube a importar produtos dos Estados Unidos, evitando, parcial ou totalmente, o pagamento de tributos.

Ele oferecia um serviço em que os clientes podiam comprar smartphones nos Estados Unidos, e o grupo criminoso se encarregava da remessa dos aparelhos para o Brasil, com nota fiscal, porém sem pagamento de tributos.

Outra alternativa envolvia a retirada dos aparelhos no Paraguai. O influenciador também fazia uso de “sites parceiros” e de um serviço de “compra assistida”, prometendo aos seus seguidores a compra de smartphones sem a devida tributação.

Segundo a Receita, o influenciador exibia em suas redes sociais uma vida de luxo, ostentando carros e mansões.

Uma empresa identificada como responsável pela distribuição dos smartphones trazidos ilegalmente movimentou R$ 45 milhões e adquiriu R$ 1,8 milhão em criptoativos Tether (USDT), em 2023.

Nos primeiros cem dias de 2024, a empresa já havia comercializado mais de 3.000 smartphones, totalizando mais de R$ 14 milhões em vendas, sem a emissão de qualquer nota fiscal de entrada para esses produtos.

Duas remessas de smartphones foram interceptadas pela Receita Federal, e, em ambos os casos, os envolvidos não apresentaram documentos que comprovassem a origem lícita dos aparelhos. Os clientes chegaram a registrar reclamações em portais de defesa do consumidor.

Os envolvidos poderão responder por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, descaminho, falsidade ideológica e associação criminosa.

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