São Paulo, 12 de fevereiro de 2025 – O prejuízo líquido da Suzano somou R$ 6,74 bilhões noquarto trimestre de 2024, após lucro de R$ 4,515 bilhões um ano antes (4T23) e contra lucrolíquido de R$ 3,237 bilhões no trimestre anterior (3T24). A variação negativa observada emrelação ao 3T24 ocorreu em função da variação negativa no resultado financeiro, por sua vezexplicada pelo impacto negativo da valorização cambial sobre a dívida e operações comderivativos (em contrapartida ao resultado positivo observado no trimestre anterior); além daelevação do CPV e SG&A, explicou a empresa em seu relatório trimestral. Esses efeitos foramparcialmente compensados pela receita de IR/CSLL diferido (incidentes principalmente sobre osresultados negativos de variação cambial sobre dívida e marcação dos derivativos), pelaelevação da receita líquida e pela variação positiva na rubrica de outras receitas/despesasoperacionais, por sua vez em função da reavaliação do ativo biológico.
A variação em comparação ao 4T23 também é explicada pela variação negativa no resultadofinanceiro (resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre as operações comderivativos vs. valorização cambial observada no 4T23), e da elevação do CPV e SG&A. Os fatoresmencionados foram parcialmente compensados pelo montante positivo do IR/CSLL diferido (em oposiçãoao valor negativo do 4T23, quando do resultado positivo de variação cambial sobre dívida emarcação a mercado dos derivativos) e pela elevação na receita líquida.
A receita líquida da Suzano no 4T24 foi de R$ 14.177 milhões, sendo 81% gerada no mercado externo(vs. 79% no 3T24 e 77% no 4T23). Em relação ao 3T24, o aumento de 16% é explicado pelo maiorvolume vendido (+25%) e pela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+5%),parcialmente compensados pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-13%). Aelevação de 37% da receita líquida consolidada em relação ao 4T23 é explicada principalmentepela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+18%) e pelo maior volume vendido decelulose (+19%).
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 0 mil,após resultado negativo de R$ 0 mil no quarto trimestre de 2023. Em termos ajustados, o ebitdaaumentou 43,9%, para R$ 6,481 bilhões.
A redução de -1% do EBITDA Ajustado do 4T24 em relação ao 3T24 é explicado sobretudo: i) pelomenor preço médio líquido de celulose em dólar (-13%); e ii) pelo maior gasto com SG&A emfunção dos maiores gastos com pessoal, por sua vez devido principalmente à maior provisão pararemuneração variável. Esses fatores foram compensados principalmente pelo maior volume vendido decelulose (+24%), bem como pela valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+5%). Aredução de -20% no EBITDA ajustado por tonelada é explicada pela queda do preço da celulose emdólar e maior SG&A.
Já em relação ao 4T23, o aumento de 44% no EBITDA Ajustado ocorreu em função, principalmente:i) da valorização do USD médio em relação ao BRL médio (+18%); e ii) do maior volume de vendasem celulose (+19%) e em papel (+11%), esses efeitos foram parcialmente compensados pelo i) maior CPVbase-caixa, por sua vez relacionado a nova operação da Suzano Packaging US, e ao maior impacto dasparadas programadas e maiores custos logísticos e ii) maior SG&A (conforme detalhadoanteriormente). O EBITDA ajustado por tonelada teve um aumento de 22% devido aos mesmo motivos,ex-volume.
As vendas de papel e celulose da Suzano cresceram 18,0%, para 3,7 milhões de toneladas.
A dívida líquida da companhia aumentou 42,3%, para R$ 79,053 bilhões. Em 31 de dezembro de 2024,a dívida líquida era de R$ 79,1 bilhões (US$ 12,8 bilhões) versus R$ 70,2 bilhões (US$ 12,9bilhões) observados em 30 de setembro de 2024. O aumento da dívida líquida em moeda nacional éexplicado pela variação cambial do período.
O índice de alavancagem financeira medido pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado em BRLficou em 3,3x em 31 de dezembro de 2024 (3,2x em 30/09/2024). Esse mesmo indicador, apurado em USD(medida estabelecida na política financeira da Suzano), reduziu para 2,9x em 31 de dezembro de 2024(3,1x em 30/09/2024).
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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