São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 – A Petrobras divulgou na noite de ontem seu relatório deprodução e vendas para o quarto trimestre de 2024 (4T24), apontando uma queda de queda de 10,5% nacomparação anual na a produção total no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gásnatural (LGN) e gás natural. A estatal alcançou 2,628 milhões de barris de óleo equivalente pordia (Mboed). Em todo o ano passado, a produção total da Petrobras totalizou 2,698 milhões boed,queda de 10,5% ante 2023.No Brasil, a produção foi de 2,597 milhões de boed no 4T24, retraçãode 10,5% na comparação com o mesmo período de 2023.
Às 10h10, as ações da companhia recuavam 0,85% (ON) e 0,96 (PN), a R$ 40,82 e R$ 37,14,respectivamente.
Segundo o relatório da petroleira, a produção de óleo no pré-sal no 4T24 foi de 1.760 Mbpd,3,4% inferior à do trimestre anterior, devido, principalmente, ao maior volume de paradas paramanutenção no campo de Búzios, parcialmente compensadas pelo topo de produção do FPSO Sepetibae pelo início de produção dos FPSOs Maria Quitéria e Marechal Duque de Caxias. Em comparaçãoao 4T23, a produção no pré-sal recuou 9,1%.
No ano de 2024, a Petrobras atingiu todas as metas de produção estabelecidas em seu PlanoEstratégico 2024-2028+, dentro do intervalo de aproximadamente 4%. A produção total de óleo egás natural alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).
A XP Investimentos ressaltou que a produção de produtos refinados permaneceu praticamente estávelem relação ao trimestre anterior (+1,1% Àem relação ao ano anterior), uma vez que a Petrobrasmanteve uma alta taxa de utilização de 95%. Enquanto isso, as vendas registraram uma ligeira quedade 0,7% em relação ao trimestre anterior, mas aumentaram +1,4% em relação ao ano anterior. Demodo geral, o banco de investimentos vê uma redução de estoques, o que poderia impactarpositivamente os resultados do 4T24.
“Projetamos um Ebitda ajustado para o 4T24 de US$ 10,5 bilhões, uma queda de 10% em relação aotrimestre anterior, impulsionada por menor produção; redução dos preços do Brent em termos deUS$, de US$ 74,9/bbl para US$ 79,9/bbl no 3T (-6% em relação ao trimestre anterior, -11% emrelação ao ano anterior); e preços de derivativos ligeiramente mais baixos em termos de dólar,resultantes da depreciação do Real. Espera-se que esse declínio no Ebitda seja transferido para olucro líquido, que também será impactado por perdas cambiais.
Sobre os dividendos, do ponto de vista do fluxo de caixa, a previsão é de um fluxo de caixa livrede cerca de US$ 4,4 bilhões, o que se traduz em um yield trimestral de cerca de 5%. Com base napolítica de dividendos da Petrobras, a expectativa é de dividendos ordinários de cerca de US$ 3bilhões (3,4% de yield trimestral).
Para a Levante Investimentos, em termos gerais, os resultados operacionais da Petrobras estiveramalinhados com as expectativas previamente divulgadas pela companhia ao longo do ano. A corretoradestacou a redução de 6,9% em 2024, comparado a 2023, nas importações de petróleo e derivado.Por outro lado, as exportações apresentaram uma queda de 1%, embora as exportações líquidas, ouseja, exportações menos importações, totalizaram 499 mil barris diários, o que representa umaumento de 2,9 por cento em termos anuais.
“Este desempenho é particularmente relevante no contexto dos riscos para a Petrobras, já quequando a empresa exporta mais do que importa, o custo médio das mercadorias tende a ser formadomajoritariamente por petróleo extraído e refinado no Brasil. Isso é vantajoso para a companhia,pois o custo de produção local é significativamente mais baixo do que o custo de aquisição depetróleo e derivados no mercado internacional para revenda no Brasil”, concluiu a Levante.
O BTG Pactual estima que a estatal deve fechar 2024 com um Ebitda de US$ 10,8 bilhões e o resultadofinal em US$ 2 bilhões. O Ebtida é 7% menor trimestralmente, impactado pela notável queda naprodução (operacional desalavancagem) e uma queda trimestral de 6% nos preços do petróleo. “Ofoco dos investidores permanecerá em dividendos, e prevemos um pagamento substancial de US$ 3,3bilhões (3,8% de dividend yield), já que o capex deverá totalizar apenas US$ 3,3 bilhões no4T24, culminando em US$ 14,2 bilhões para 2024 (a orientação original de US$ 18,5 bilhões foiposteriormente revisada para US$ 13,5-14,5 bilhões).
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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