São Paulo, 13 de dezembro de 2024 – A queda de Bashar al-Assad no último fim de semana encerra54 anos de governo de sua família na Síria, marcando uma mudança geopolítica significativa noOriente Médio. “Apesar das incertezas sobre o futuro político interno do país, é claro que aperda de Assad enfraquece aliados como Irã e Rússia. Moscou, que ofereceu asilo a Assad, enfrentaum revés geopolítico, com Vladimir Putin perdendo influência na região”, afirma Nicholas Farr,economista de mercados emergentes da Capital Economics.
Ele destaca que a Turquia surge como uma vencedora, aumentando sua influência devido ao apoiode longa data aos rebeldes que derrubaram Assad. Além disso, empresas turcas de construção ecimento já mostram ganhos, sugerindo oportunidades significativas no processo de reconstrução dopaís. “No entanto, a migração também pode impactar a Turquia. Com cerca de 3,5 milhões derefugiados sírios vivendo no país, espera-se que alguns retornem, aliviando os custos fiscais, mascriando possíveis perdas no mercado de trabalho informal”.
Israel também reage à queda de Assad com ações militares, incluindo ataques a bases navais eaéreas na Síria, para impedir o acesso de armas a extremistas. Esta movimentação intensifica oenfraquecimento do Irã e seus aliados. “Apesar das incertezas, os Estados Unidos indicaram queIsrael pode estar próximo de um acordo de cessar-fogo com o Hamas em Gaza, sugerindo uma possívelestabilização regional”, continua.
No cenário europeu, membros da Otan discutem o aumento das metas de gastos com defesa para 3%do PIB, acima do atual limite de 2%. Países da Europa Central e Oriental, como Polônia e osEstados Bálticos, já possuem altos níveis de investimento militar, com a Polônia planejandoelevar seus gastos para 4,7% do PIB em 2025.
“Para países como Romênia e Hungria, no entanto, o aumento dos gastos com defesa poderepresentar um desafio, considerando suas frágeis finanças públicas. Independentemente das metas,o aumento da percepção de ameaça à segurança no Leste Europeu destaca a importância depriorizar investimentos em defesa na região”, conclui.
Vanessa Zampronho / Safras News
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