Varejo de Livros cresce em receita acima da inflação e já soma R$ 2 bilhões, mas volume de vendas cai mês a mês

Uma image de notas de 20 reais
Setor tem receita positiva na comparação mensal e na acumulada, mas número de exemplares vendido cai
Crédito: Freepik
  • Faturamento acumulado de 2024 chega a R$ 2 bilhões, alta de 6,7% sobre 2023, mas volume tem queda de 3,14%
  • Preço médio dos livros (R$ 50,24) cresce no acumulado do ano 10,23%. Variação do IPCA entre janeiro e outubro é de 3,88%
Por Anna Scudeller

O 10° Painel do Varejo de Livros no Brasil, feito pela Nielsen Book Brasil e divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), apresenta o terceiro resultado positivo de 2024. A receita para o período (primeira semana de setembro até a primeira semana de outubro) ficou 9,8% maior e chegou a R$ 176,1 milhões contra R$ 160,43 milhões do período equivalente em 2023. No acumulado do ano, até a primeira semana de outubro, as vendas somaram R$ 2,043 bilhões contra R$ 1,913 bilhão do ano passado, alta de 6,7%. No volume, o resultado entre a primeira semana de setembro a primeira de outubro também foi de alta, de 2,18% (3,5 milhões contra 3,4 milhões). Mas no acumulado do ano, no entanto, houve retração de 3,1% (40,2 milhões em 2024 e 41,5 milhões no ano passado). Os resultados da pesquisa animam o setor em preparação para Black Friday e Natal. “As promoções adotadas para chegar ao consumidor final funcionam para aumentar o volume de vendas e fortalecer a confiança do setor”, afirmou Dante Cid, presidente do Snel.

O preço médio dos livros, segundo a pesquisa, cresceu no acumulado do ano 10,23%, chegando a R$ 50,85. Porcentualmente, a variação está bem acima da inflação. O IPCA entre janeiro e outubro deste ano variou 3,88%. Ismael Borges, country manager da Nielsen Books Brasil, afirmou que “mantido esse ritmo, a tendência é que o faturamento do mercado livreiro no varejo apresente crescimento acima da inflação”. Por esse motivo, o fator promoção é peça-chave no jogo. E no acumulado deste ano, dentro da categoria dos Top 500 mais vendidos, esse desconto caiu. Em 2023, na média estava em 32,24%. No acumulado até a primerira semana de outubro deste ano, foi para 27,75% – retração de 4,50 pontos porcentuais.

O faturamento por share nos gêneros não variou muito este ano em relação a 2023. Lideram em faturamento os chamados Não Ficção Trade (29,23% do total), seguidos por Ficção (26,91%), Infantil-Juvemil-Educacional (22,32%) e Não Ficção Especialista (21,53). Já em relação a preço médio, a variação entre gêneros e na perfomance deles em comparação a 2023 é maior. Os mais caros são os de Não Ficção Especialista (R$ 66,58, alta de 3,23% sobre o peço médio em 2023). Depois vêm os de Não Ficção Trade (R$ 51,31, +11,37%), Ficção (R$ 46,99, +12,61%) e Infantil-Juvenil-Educacional (R$ 44,64, +14,97%).

Escolhas do Editor

Na prática, o preço tenta compensar a queda no volume. Neste ano, em relação a 2023, nos dez painéis até a primeira semana de outubro, houve diminuição em sete deles. Já em valor, ocorreu o oposto. Elevação em oito e queda em dois. Mas quando se olha o cenário acumulado, em valor houve nove aumentos e uma pequena queda no primeiro painel. Mas em volume… são dez resultados de queda.

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