Resultado fraco no primeiro trimestre de 2025 faz ação da cia liderar queda no Ibovespa

Uma image de notas de 20 reais

Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil

São Paulo, 15 de maio de 2025 – A Eletrobras divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025, comprejuízo líquido de R$ 354 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 331 milhões registrado nomesmo período de 2024 (1T24). Em base ajustada, o prejuízo líquido societário foi negativo em R$81 milhões (queda de 115,7% vs. 4T24), impactado negativamente pela reversão de R$ 952 milhões naChesf de parte do valor reconhecido como remensuração regulatória em 2024 após osprocessos de Revisão Tarifária Periódica dos contratos de transmissão.

Às 10h20, as ações da companhia tinham a maior queda do Ibovespa, com recuou de 4,58% (ON) e4,34% (PN), a R$ 41,21 e R$ 45,56, respectivamente.

A receita operacional líquida atingiu R$ 10,4 bilhões no período, 19,5% superior ao mesmotrimestre do ano anterior. A receita operacional líquida regulatória registrou alta de 0,1% esomou R$ 9,7 bilhões na mesma base de comparação.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 1o trimestre somou R$4,3 bilhões, queda de 6,5% ante igual período do ano anterior. O ebtida ajustado, que excluicustos e provisões de ativos e planos, caiu 2,5%, para R$ 4,4 bilhões.

A Genial Investimentos disse que a empresa apresentou resultados abaixo das estimativas, ainda querazoavelmente alinhadas ao consenso. “O grande motivo para tal desvio aconteceu devido a estratégiamais agressiva da empresa em vender energia acima da sua capacidade de geração (posição short doportfólio) em meio a um cenário com diferenciação de preços de submercado, fazendo com que aempresa acabasse por ter que comprar energia a um preço mais alto para honrar contratos e vendasassumidas no período (para fins de comparação, a energia no subsistema do sudeste está em R$318/MWh vs c. R$60/MWh no norte e nordeste)”, apontou a corretora.

A análise ressaltou ainda que a empresa poderá anunciar um política de dividendos ainda em 2025,algo parecido com o que a Copel fez recentemente. “A empresa tem endividamento sob controle e baixanecessidade de investimentos em projetos. Sendo assim, acreditamos que a empresa tem muito espaçopara ser mais generosa no pagamento de dividendos”, concluiu a Genial, que mantém recomendação decompra, com preço-alvo de R$ 52/ação.

A dívida líquida alcançou R$39,2 bilhões no trimestre. A dívida bruta totalizou R$70,9bilhões, aumentando em R$1,6 bilhões em comparação com o 4T24. A relação dívidalíquida/EBITDA foi de 1,7x, abaixo de seus atuais covenants.

A XP Investimentos destacou o Ebitda ajustado abaixo das previsões, impulsionado principalmente pormargens brutas mais baixas. Por outro lado, a redução nas exposições do balanço de energia foium desenvolvimento significativo durante o trimestre, concentrando-se especialmente em 2025 e 2026.

Além disso, a corretora o resultado positivo da venda de parte de seu portfólio termelétrico parao grupo J&F por R$ 2,9 bilhões. Esses ativos geraram um fluxo de caixa de aproximadamente R$ 600milhões e há um earn-out de R$ 1,2 bilhão a receber se certas condições forem atendidas. Atransferência da usina de Santa Cruz ainda está pendente de aprovação regulatória.

A Ativa Investimentos destacou que a maior compra de energia no mercado spot dado uma estratégiamais agressiva em vendas no mercado livre fez com que Eletrobras apresentasse números mais fracosdo que os esperados. “Ainda assim, o case continua sólido. Avançando contra a descontratação,reduzindo PMSO (com destaque para pessoal) e o estoque de compulsórios, continuamos a verEletrobras com caminho livre, ainda mais após a arbitragem, para dispor de múltiplos que melhordialoguem com o seu potencial”, explicou a Ativa, que mantém recomendação de compra, compreço-alvo de R$ 54/ação.

Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)

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