Porto Alegre, 15 de maio de 2025 – A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve serde 328,4 milhões de toneladas em 2025, segundo a estimativa de abril do Levantamento Sistemáticoda Produção Agrícola (LSPA), divulgada hoje (15) pelo IBGE. Isso representa uma produção 12,2%maior do que a obtida no ano passado (292,7 milhões de toneladas). Na comparação com a estimativade março, houve um aumento de 0,2% ou de 732,7 mil toneladas.
“Em 2024, tivemos uma série de problemas climáticos afetando as principais lavouras do Brasil. Em2025, temos uma safra de recuperação, com o clima muito melhor para o desenvolvimento daslavouras. Os problemas observados no ano passado afetaram, principalmente, a Região Centro-Oeste,enquanto neste ano os estados da região estão atingindo altas produções, com crescimento nasafra de grão de 10,3% em Mato Grosso, 18,9% em Goiás e 26,7% no Mato Grosso do Sul”,contextualiza Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE.
Guedes também destaca o crescimento de produção em relação a 2024 dos estados de São Paulo(22,0%) e Paraná (20,0%). Por outro lado, Rio Grande do Sul sofreu uma queda de 4,0% na produçãode grãos, afetado pela falta de chuvas em várias regiões da unidade da federação.
A produção de soja, principal commodity do país, deve ser recorde em 2025, com estimativa de164,2 milhões de toneladas, aumento de 13,3% em relação à quantidade obtida em 2024. Emrelação ao estimado em março, houve estabilidade (0,0% ou -69,6 mil toneladas).
O gerente de agricultura também destacou a produção de milho em 2025, que se aproxima do recorderegistrado em 2023. “A estimativa da produção de milho está muito boa, em 128,2 milhões detoneladas, próximo do recorde de 132 milhões de toneladas registrado em 2023. As lavouras de milho2 safra, que é responsável pelo maior volume do milho produzido no Brasil, já estão emdesenvolvimento e irão ser colhidas em junho. Isso significa que é possível uma pequenavariação nas estimativas até o final do ano, diferente da soja que já está praticamente todacolhida”.
Em ano de menor produção, estimativa do café cresce em abril
A produção brasileira de café, considerando-se as duas espécies, foi estimada em 3,3 milhões detoneladas, um acréscimo de 2,3% em relação à estimativa de março e uma queda de 3,6% frente a2024.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,2 milhões de toneladas, aumento de 3,5% emrelação ao mês anterior e declínio de 7,5% em relação ao volume produzido em 2024. Já para ocafé canephora, a estimativa da produção foi de 1,1 milhão de toneladas, ficando estável emrelação a março e com acréscimo de 5,5% em relação ao volume produzido em 2024.
“No caso do café arábica, para a safra de 2025, existe uma bienalidade negativa, ou seja, umaqueda natural da produção em função das características da espécie, em que nos anos parestende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte. Nesse contexto, a queda de 7,5% emrelação a 2024 é considerada relativamente baixa, com o clima nos primeiros meses de 2025contribuindo para uma boa produção”, destaca Carlos Barradas, gerente do LSPA.
Já para o café canephora, Barradas explica que, como os preços do conilon encontram-seapresentando boa rentabilidade, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, oque resultou na melhoria da produtividade. “Há de se ressaltar também que os volumes de chuvas nosprincipais municípios produtores foram satisfatórios de um modo geral, apesar da demora delas emalguns deles”, declara.
Mato Grosso segue na liderança da produção nacional de grãos
Na distribuição da produção pelas unidades da federação, Mato Grosso lidera como o maiorprodutor nacional de grãos, com participação de 30,8%, seguido pelo Paraná (13,7%), Goiás(11,7%), Rio Grande do Sul (10,1%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados,representaram 79,4% do total.
Regionalmente, o Centro-Oeste (50,4%) lidera esse ranking, enquanto as demais regiões têm asseguintes participações: Sul (26,0%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,5%) e Norte (6,2%).
As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mêsanterior, ocorreram no Pará (936.805 t), no Paraná (288.800 t), na Bahia (274.310 t), no Ceará(140.904 t), em Santa Catarina (37.246 t), em Rondônia (19.301 t), no Maranhão (3.605 t).
Por outro lado, as variações negativas ocorreram no Piauí (-737.613 t), no Tocantins (-115.266t), em Pernambuco (-66.883 t), na Paraíba (-27.599 t), em Goiás (-16.286 t), no Acre (-1.830 t) noRio Grande do Norte (-1.556 t), no Amazonas (-884 t), no Amapá (-265 t) e no Rio de Janeiro (-54t).
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e foram divulgadaspelo Departamento de Comunicação Social do IBGE.
Revisão: Rodrigo Ramos – rodrigo@safras.com.br (Safras News)
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