SmartStore espera fechar o ano com 2 mil lojas e 200 vezes o faturamento inicial. Depois de EUA e Colômbia, empresa mira o México
Primeira loja foi aberta em abril de 2020. Hoje, são 1,7 mil
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Aberta em 2020 em Campinas (SP), empresa faturou R$ 1,5 milhão no primeiro ano e agora deve atingir R$ 300 milhões
São quase ,17 mil minilojas de conveniência instaladas em condomínios, em todas as regiões do país, além de quatro nos Estados Unidos e três na Colômbia
Por Vitor Nuzzi
De porta em porta, literalmente, foi o início da SmartStore, empresa de minilojas de conveniência em condomínios. Em pouco mais de quatro anos, já são mais de 1,7 mil unidades, com projeção de atingir 2 mil ainda em 2024. O faturamento previsto é de R$ 300 milhões, o dobro do ano passado. Em comparação com o início da atividade (R$ 1,5 milhão em 2000), 200 vezes mais. O ritmo de expansão é na base de uma loja por dia, considerando que a primeira foi aberta em abril de 2020, em Campinas, a 90 quilômetros da capital paulista. A SmartStore tem lojas em 23 unidades da federação, já abriu as primeiras nos Estados Unidos e na Colômbia, e começa a voltar os olhos para o México. Aos poucos, outros espaços vão sendo aproveitados – 120 unidades já estão fora de áreas residenciais, a maioria em empresas, com algumas em shoppings e hotéis.
“A gente correu atrás do máximo de condomínios possível”, disse o diretor de Expansão da empresa, Oberdan Siqueira, que quando menino vendia queijadinhas nas ruas. Ele lembra que no embrião da SmartStore está uma franquia na área de segurança (SuperSeg). “Nós já tínhamos um modelo de negócio. Um dos sócios foi a um evento e voltou com uma ideia fixa na cabeça.”
Esse sócio era Evandro Machado, que participou de um encontro sobre empreendedorismo e prestou muita atenção quando um comerciante falou sobre franquear seu negócio. “Começamos a trabalhar em 2019 testando modelos de negócios”, afirmou Siqueira. Para investir no projeto, Machado convidou dois amigos, Heverton e Helton Guimarães, com quem já havia trabalhado, para formar a sociedade.
E aí entrou a fase do “porta em porta”, com pedidos de reuniões com síndicos dos condomínios. Os sócios formaram uma central de negociação, departamento com 12 funcionários, exclusivamente para fechar acordos, que foram surgindo. A expectativa de faturamento é baseada na população do condomínio, com tíquete médio estimado em R$ 70. Já contando com uma mudança de hábito, no que Siqueira chama de “consumo de proximidade”.
HÁBITOS – “A partir do terceiro mês, o morador deixa de comprar na padaria ou no mercado e se habitua a comprar na loja”, afirmou o diretor. “A pessoa evita andar meia dúzia de quarteirões, procurar vaga para estacionar. Esse hábito realmente mudou.” Os pagamentos são feitos via token, por autoatendimento.
A partir do momento em que o contrato de licenciamento é formalizado, a SmartStore oferece treinamento (“Projetamos esse lançamento pensando na pessoa mais leiga possível”), assessoria na montagem da loja, checklist e acompanhamento permanente sobre produtos mais vendidos e até mapas de calor sobre os melhores períodos de vendas. O tamanho mínimo das lojas é de 3×5 metros. E os bons resultados obtidos até aqui já animam os sócios a mapear outros mercados na América Latina.
Tamanho mínimo das lojas é de 3×5 metros Crédito: Divulgação
“A gente vê possibilidade de negócios. Já andamos rondando o México, é uma questão de análise. Mas o Brasil ainda é o nosso mercado principal”, afirmou Siqueira. Hoje, são 1.698 lojas no Brasil, sendo 1.189 (70%) em São Paulo, quatro nos Estados Unidos (todas em Miami) – deverão ser dez até o final do ano – e três na Colômbia.
“Nos Estados Unidos, um dos sócios viu que haveria essa possibilidade, com esse modelo de micro market. Nossa jornada lá foi bem parecida”, disse Siqueira. A diferença é a proibição de vendas de bebidas alcoólicas, excluídas da lista de produtos – que basicamente inclui, além de bebidas, salgadinhos, comidas congeladas, doces, sorvetes e produtos de limpeza. Já na Colômbia, a SmartStore descobriu uma rede local e aproveitou um modelo já existente naquele país, por meio de uma joint-venture.
A empresa também começou a investir em inteligência artificial (IA) para evitar furtos. “A gente está fazendo testes. Temos um alerta de perdas baseado no estoque da loja.”
A expansão dos minimercados atrai outros interessados. Recentemente, o private equity EQF, do investidor João Kepler, anunciou aporte, de valor não divulgado, no Mercado Pronto, que atualmente tem 150 pontos de venda. A meta é chegar a 2027 com 1,5 mil unidades e faturamento acima de R$ 300 milhões. “Ganharemos mais tração para expandir nossa rede de distribuição e continuar oferecendo soluções disruptivas focadas no engajamento dos clientes”, afirmou Felipe Baptistella, CEO e fundador da empresa.