São Paulo, 5 de fevereiro de 2025 – As tarifas continuam sendo um grande desafio para o iuane eo mercado de ações da China, mas, independentemente das tensões comerciais, ambos podem enfrentarum ano difícil. “O mercado financeiro chinês começou o Ano da Serpente com o iuane enfraquecendofrente ao dólar e a bolsa em queda. No entanto, essas movimentações não foram tão expressivas,considerando a magnitude das tarifas anunciadas durante o fechamento do mercado”, diz ThomasMatthews, chefe de mercados da Ásia-Pacífico da Capital Economics.
Ele aponta que os investidores ainda podem estar esperando uma reviravolta, como aconteceu comas moedas do Canadá e do México, que se valorizaram rapidamente após a aplicação das tarifas.Além disso, o governo chinês provavelmente está intervindo para evitar oscilações bruscas,especialmente na taxa de câmbio. “Apesar da recente fraqueza, o iuane tem sido uma das moedas maisresilientes diante da valorização global do dólar impulsionada por Trump”, continua.
No mercado acionário, a China tem ficado atrás dos índices globais, refletindo umacombinação de menor otimismo com estímulos fiscais e o forte desempenho das ações nos EUA.Desde meados de outubro, a bolsa chinesa tem acompanhado de perto o desempenho dos mercados que nãosão dos EUA. “Isso indica que as condições podem piorar ainda mais caso as tarifas permaneçam”.
No entanto, as tarifas são apenas um dos desafios para os mercados chineses. O Banco do Povo daChina (Pboc, o banco central do país) tem mantido o iuane relativamente estável, apesar da quedanos rendimentos locais. “Com a economia enfrentando dificuldades crescentes, os juros devemcontinuar baixos e o PBoC pode permitir uma desvalorização gradual da moeda para evitar atritoscom Trump e outros líderes mundiais”.
No mercado de ações, os investidores podem estar excessivamente otimistas quanto a novosestímulos fiscais e ao impacto da guerra comercial. Além disso, as empresas chinesas lutam háanos para manter um crescimento consistente no lucro por ação (EPS). “Apesar de uma recenterecuperação, os EPS ainda estão abaixo dos níveis de uma década atrás, e o cenário econômicofuturo parece menos favorável do que nos últimos dez anos”, completa.
Vanessa Zampronho / Safras News
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